Starbucks recua e permite que funcionários usem roupas do Black Lives Matter
Empresa distribuirá aos trabalhadores camisetas com frases do movimento
A rede de cafeterias Starbucks recuou da decisão de proibir os funcionários de usarem acessórios, como camisetas e broches, com mensagens em apoio ao movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam).
Apesar de a empresa apoiar publicamente a iniciativa nas redes sociais e em comunicados à imprensa, um memorando interno enviado aos funcionários e obtido pelo site BuzzFeed News indicava que a Starbucks não iria permitir que aqueles que trabalham no balcão fizessem o mesmo.
No recado, a companhia disse que não iria autorizar os funcionários a portarem esses materiais porque “há agitadores que interpretam mal os princípios fundamentais do movimento Black Lives Matter — e, em determinadas circunstâncias, os redirecionam intencionalmente para amplificar a divisão”.
Contudo, nesta sexta-feira (12), a rede de cafeterias reverteu a decisão, dizendo que os funcionários podem vestir itens do Black Lives Matter até as novas camisetas da empresa — que incluirão frases do movimento — serem entregues aos mais de 200 mil funcionários.
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“Esse movimento é um catalisador para mudanças, e agora está nos dizendo muitas coisas que precisam ser ditas para que possamos dar espaço para a cura”, disse a empresa em uma carta aos funcionários, anunciando o lançamento de camisetas com um novo design.
A Starbucks afirmou que é “fundamental apoiar o movimento Black Lives Matter, como pretendiam seus fundadores, e continuar a trabalhar de perto com líderes comunitários, dos direitos civis, organizações e nossos parceiros para entender o papel que a Starbucks pode desempenhar, e se apresentar de uma forma positiva para nossas comunidades”.
Black Lives Matter. We continue to listen to our partners and communities and their desire to stand for justice together. The Starbucks Black Partner Network co-designed t-shirts with this graphic that will soon be sent to 250,000+ store partners. pic.twitter.com/Wexb45RcTE
— Starbucks Coffee (@Starbucks) June 12, 2020
Comunidade LGBTQ
A Starbuck encoraja a equipe a usar produtos que celebram os direitos da comunidade LGBTQ para o Mês do Orgulho, e disse que vai distribuir esses itens aos baristas.
O memorando inicial foi enviado depois que funcionários levantaram o questionamento aos líderes da corporação. Os trabalhadores perceberam que os apetrechos do orgulho LGBTQ são permitidos porque são sancionados pela empresa, e ela ainda não tinha distribuído ou falado em distribuir camisetas ou broches do Black Lives Matter.
Um porta-voz da companhia falou mais cedo ao BuzzFeed News que a política permaneceria em vigor porque é necessária para criar um ambiente “seguro e acolhedor”. Mas depois optou pela mudança.
Histórico
A Starbucks tem um histórico complicado com a questão racial. Em 2018, ela fechou temporariamente 8 mil cafeterias e exigiu que seus 175 mil funcionários aprendessem sobre racismo depois que uma funcionária branca chamou a polícia por causa da presença de dois consumidores negros.
Na ocasião, o presidente da Starbucks, Howard Schultz, afirmou que foi um caso “condenável”, em um anúncio de página inteira nos jornais.
A morte de George Floyd, homem negro e desarmado, durante uma abordagem policial desencadeou uma onda de protestos em diversas regiões dos Estados Unidos e no exterior. Inúmeras empresas se manifestaram contra as injustiças raciais, incluindo a Starbucks. A rede de cafeterias disse no Twitter que doará US$ 1 milhão a organizações “que promovem igualdade racial e comunidades mais inclusivas e justas”.
A Starbucks também publicou em seu site um relato que diz que uma das cafeterias da rede foi vandalizada durante um protesto, destacando que os funcionários estavam servindo café a outros comerciantes, jornalistas, equipes de primeiros socorros e manifestantes.
(Texto traduzido, clique aqui e leia o original em inglês.)