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    Sistema de tributação trará US$ 5 bi anuais de multinacionais para o Brasil

    OCDE anunciou acordo de 130 países para imposto mínimo de ao menos 15% sobre lucros

    Amanda Garcia com produção de Isabel Campos, da CNN Brasil

     

    Um total de 130 países alcançou um acordo histórico de reforma tributária para multinacionais que inclui um imposto mínimo de pelo menos 15% sobre lucros. O anúncio foi feito pela OCDE, na quinta-feira (1º).

    Em entrevista à CNN, o advogado especializado em Direito Econômico Internacional e Governança Corporativa, Emanuel Pessoa, avalia que ainda haverá “alguma competição” entre as empresas, apesar da taxação mínima.

    “[O valor] não significa que todos os países vão adotar, há quem prefira um patamar de 18%, 20%, mas isso vai garantir que países vão ter receita”, disse.

    Ele explica que, hoje, países sem competitividade para atrair empresas abrem mão completamente da receita. E isso pode ser positivo para o Brasil que, segundo ele, “vai receber US$ 5 bilhões a US$ 7 bilhões por ano de multinacionais.”

    Para Pessoa, os benefícios fiscais “mascaram ineficiências”, seja de infraestrutura, ou até de qualidade de ensino, por exemplo.

    “Agora, para atrair investimento no Brasil, é preciso melhorar logística, infraestrutura, educação e não apenas fazer guerra fiscal.”

    Ao mesmo tempo, Emanuel avalia que o Brasil não atrai empresas por impostos baixos. “Não é nosso forte, empresas vêm de fora porque o mercado consumidor é muito grande”, diz. “Aqui falta segurança jurídica, institucional e física, se garantir essas três coisas o investimento vem”, reforçou.