Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Shein diz que pretende manter preços com produção local e que cumpre legislação

    Companhia fatá uma investimento inicial de R$ 750 milhões nos próximos anos para estabelecer uma rede de mais de 2 mil fabricantes do setor têxtil no Brasil

    da Reuters

    A empresa de comércio eletrônico Shein disse que pretende manter os níveis de preços praticados no Brasil mesmo com o início de uma produção local, já que visa compensar maiores custos de fabricação com economias em logística, disse o presidente do conselho da empresa para a América Latina, Marcelo Claure, em entrevista.

    A companhia anunciou na quinta-feira (20) uma investimento inicial de R$ 750 milhões nos próximos anos para estabelecer uma rede de mais de 2 mil fabricantes do setor têxtil no país.

    A ideia é que em 2026 cerca de 85% das vendas no Brasil sejam de produtos fabricados internamente ou vendidos por comerciantes brasileiros no marketplace da empresa.

    Claure, ex-executivo do alto escalão do conglomerado japonês SoftBank, e que se juntou à Shein no início deste ano, disse que atualmente a empresa envia individualmente os produtos ao Brasil.

    A companhia atua globalmente com um modelo de produção através de parcerias com fabricantes têxteis e sob demanda, não dependendo, portanto, de estoques.

    A ideia é basicamente passar a enviar matéria-prima para o Brasil e localizar a fabricação no país, afirmou ele.

    “Todas as economias em transporte e logística serão compensadas pelo que acredito ser apenas um custo de fabricação um pouco mais alto. Então, o resultado final (em termos de preço) deve ser exatamente o mesmo ou menor”, afirmou Claure à Reuters.

    Os R$ 750 milhões serão empenhados principalmente para fazer a transição do modelo de fabricação tradicional para o sob demanda nas fábricas parceiras locais, treinar funcionários e digitalizar a operação.

    A Coteminas disse nesta quinta-feira que assinou memorandos de entendimentos com a Shein para o estabelecimento de parceria envolvendo 2 mil confeccionistas, que passarão a ser fornecedores da plataforma de comércio eletrônico com foco em varejo de moda.

    Claure também afirmou que a Shein não pretende virar uma varejista física. Atualmente, a empresa tem lojas transitórias em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Belo Horizonte.

    100% em confomidade

    A Shein, uma empresa fundada na China, mas com sede em Singapura, viu suas vendas explodirem no Brasil durante a pandemia.

    Segundo estimativas do BTG Pactual em relatório do final de janeiro, a companhia teve R$ 8 bilhões de vendas em 2022, contra R$ 2 bilhões em 2021. A Shein é uma empresa fechada, portanto não divulga diversos números operacionais e financeiros.

    Recentemente, a empresa, assim como outros marketplaces asiáticos, entrou em foco no Brasil após o governo anunciar que acabaria com a isenção de encomendas internacionais de até 50 dólares entre pessoas físicas.

    Segundo autoridades do governo, o benefício (que existe em vários países do mundo com diferentes tetos e é conhecido como “de minimis”) estaria sendo usado ilegalmente por varejistas e marketplaces internacionais, especialmente da Ásia, para vender produtos mais baratos no Brasil, uma vez que as companhias estariam exportando como se fossem pessoas físicas.

    O governo, porém, recuou de suas intenções nesta semana, em movimento que veio após críticas de consumidores em redes sociais, que temiam o aumento de preços dos produtos de varejistas como a Shein, Shopee e AliExpress.

    Questionado se a Shein utiliza o “de minimis” para vender produtos mais baratos, Claure disse que a empresa opera “100% em conformidade com a atual legislação brasileira de importação de produtos”

    Ele afirmou que houve uma “confusão” e “falta de entendimento” do modelo de negócios da Shein, o que foi acertado após reunião com Haddad nesta tarde.

    “Tudo o que pedimos foi: regras claras e igualdade de condições para que possamos competir de forma justa, e acho que todos estão felizes do jeito que está indo”, disse ele, afirmando que o governo se comprometeu em colocar “regras claras”, e a empresa a cumprí-las.

    Segundo ele, o recuo do governo foi correto. “Acho que foi a coisa certa a fazer, porque muitas pessoas dependem do que compram, do que vestem com base na Shein e nos produtos que importam de Shopee, AliExpress, e de todos esses diferentes marketplaces altamente eficientes”, afirmou o executivo.

    Tópicos