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    Setor de serviços tem alta de 5% em junho após quatro meses seguidos de queda

    Entre março e maio, o setor teve retração de 18,6%. Desde o início da reabertura, porém, o setor apresentou aumento no fluxo, impactando positivamente os dados

    Paula Bezerra, , do CNN Brasil Business, em São Paulo*

    Após acumular quatro meses de queda e uma perda de 19,5%, o volume de serviços prestados apresentou alta de 5% no mês de junho. Os dados foram divulgados pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), na manhã desta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O tombo no acumulado do ano, porém, é de 12,1%. 

    Segundo o IBGE, a melhora no segmento de serviços foi puxada, principalmente, pela flexibilização das regras de isolamento social e reabertura de restaurantes. Entre março e maio, o setor teve uma retração de 18,6%. Desde o início da reabertura, porém, o setor apresentou aumento no fluxo, impactando positivamente os dados de junho. 

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    “Com as medidas de isolamento, muitos restaurantes estavam fechados, ainda que alguns estivessem funcionando por delivery. Com a flexibilização, ou seja, com o aumento do fluxo de pessoas nas cidades brasileiras, eles começaram a abrir e a receita do segmento voltou a crescer, impactando o volume de serviços de junho”, explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

    Além disso, mesmo com o resultado mensal de junho sendo o segundo mais alto da série iniciada em janeiro de 2011, o volume de serviços ficou 14,5% abaixo do patamar registrado em fevereiro, último mês antes da implementação das medidas contra a Covid-19.

    “Diferente do comércio, em que a taxa já faz um V e recupera perdas da pandemia, serviços ainda mostram um distanciamento longo para voltar aos níveis de fevereiro”, destacou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

    Segundo Lobo, para o setor de serviços recuperar o patamar de fevereiro, seria necessário registrar um crescimento de 17%. “Lá atrás o setor levou 3 anos para crescer 14,5%”, alertou.

    “Não consigo imaginar serviços recuperando na mesma velocidade do comércio. Vai ser necessário prazo mais longo”, completou.

    As expectativas em pesquisa da Reuters eram de avanço de 4,4% no mês e de queda de 14,2% no ano.

    Recuperação

    A pesquisa aponta, ainda, que os cinco setores pesquisados acompanharam o resultado positivo do setor, com destaque para transportes e serviços auxiliares ao transportes, com avanço de 6,9%, e serviços de informação e comunicação, com alta de 3.3%. 

    “Esta é a segunda taxa positiva para o setor de transportes. Tanto ele quanto os serviços prestados às famílias mostraram perdas em março e abril e taxas positivas em maio e junho. Mas o crescimento dos últimos dois meses foi insuficiente para recuperar a perda dos meses anteriores”, avalia Lobo.

    Já o volume de serviços profissionais, administrativos e complementares aumentou 2,7%, o dos serviços prestados às famílias subiu 14,2% e de outros serviços teve alta de 6,4%.

    De acordo Lobo, um dos principais segmentos que contribuíram para o resultado de junho foi o de restaurantes. Mas o mais distante do nível pré-pandemia é o de serviços prestados às famílias, que precisariam registrar um aumento de 105,2% para isso.

    “Com a flexibilização, ou seja, com o aumento do fluxo de pessoas nas cidades brasileiras, (os restaurantes) começaram a abrir e a receita do segmento voltou a crescer, impactando o volume de serviços de junho”, explicou Lobo.

    O índice de atividades turísticas apresentou crescimento de 19,8% em junho rente ao mês imediatamente anterior, segunda taxa positiva seguida. Nesses dois meses o ganho acumulado foi de 28,1%, mas isso depois de despencar 68,1% entre março e abril devido às medidas de contenção ao coronavírus.

    Segundo a pesquisadora sênior da área de economia aplicada do Ibre/FGV, Silvia Matos, o desempenho do setor de serviços e do emprego é o que vai determinar uma recuperação efetiva da economia brasileira no pós-pandemia.

    Ontem, o IBGE também mostrou que as vendas do comércio passaram a sentir os reflexos positivos da reabertura. Não à toa, em junho, o setor teve alta de 8% em comparação com maio, retomando o patamar pré-pandemia. Mesmo assim, o varejo do país acumula queda de 3,1% no ano, e encerrou o semestre com o pior patamar desde 2016. 

    (Com Reuters)

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