Setor de eventos aposta na retomada de 100% da programação em 2022
Associação prevê quase 590 mil de eventos no Brasil; na cidade do Rio, mais de 80 congressos, feiras e simpósios estão marcados para os próximos meses
Apesar da incerteza diante do cenário epidemiológico no Brasil e do cancelamento do Carnaval em 24 capitais e no Distrito Federal, representantes do setor de eventos estão otimistas e apostam na retomada de 100% da programação nos próximos meses.
De acordo com a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), a expectativa é de que 590 mil eventos sejam realizados até o final deste ano, em todo país.
Responsável por 4,32% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, o setor amargou prejuízos nos dois últimos anos. A área, que antes da pandemia gerava 23 milhões de empregos, perdeu mais de 450 mil postos de trabalho e deixou de faturar cerca de R$ 140 bilhões, em 2021.
Segundo a Abrape, mais de 530 mil eventos, como shows, festas, congressos, eventos esportivos e sociais, teatro, entre outros, não foram realizados, no ano passado, em função da Covid-19.
Na cidade do Rio de Janeiro, mais de 80 congressos, feiras e simpósios estão marcados para os próximos meses, além de eventos esportivos nacionais e internacionais, como a Copa Davis, torneio de tênis masculino, e as competições de ciclismo, Le Tour de France e Gran Fondo.
Para o mês de junho, considerado baixa temporada, estão previstos dois grandes eventos que prometem movimentar a capital fluminense. No dia 11, são esperadas 200 mil pessoas no Esperança Rio, encontro gospel, que será realizado na praia de Copacabana.
Já nos dias 18 e 19 acontece a Maratona do Rio, que reúne 35 mil corredores de rua. A rede hoteleira estima atingir cerca de 90% de ocupação somente neste período. De acordo com o vice-presidente do HotéisRIO, José Domingo Bouzon, os eventos têm grande importância para o setor hoteleiro.
“É um marco significativo do calendário de eventos e traz muito retorno em termos de diárias e ocupação. O setor hoteleiro precisa reconhecer e valorizar a importância deste evento, que movimenta milhares de pessoas”.
Para os meses de setembro e outubro, a aposta é a realização de um megafestival de música, com mais de mil atrações musicais. O evento costuma atrair mais de 500 mil pessoas de vários lugares do país. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, o impacto econômico do festival na cidade é de R$ 1,7 bilhão.
Para auxiliar os governos estaduais e municipais a tomarem decisões relacionadas ao retorno do setor de eventos de cultura e entretenimento em todo Brasil, a Abrape lançou uma plataforma inédita, chamada Radar Eventos.
O método é semelhante ao utilizado para o mesmo propósito nos EUA e Reino Unido.
A metodologia funciona da seguinte forma: no Radar são cruzados dados do volume total de vacinados e projeções de novos óbitos diários até dezembro de 2021 no País.
A partir do impacto do aumento da imunização na queda no número de casos e vítimas, se estabelece um índice de três óbitos por milhão de habitantes como referência para avalizar a retomada segura e imediata dos eventos.
Insegurança jurídica
Representantes dos setores de eventos e turismo ainda aguardam agora a reedição da Medida Provisória 1036/21, que estabeleceu com regras para o cancelamento de shows, festivais e outras agendas por conta do aumento nos casos de covid-19 no país.
A MP, que desobrigava empresas a reembolsar consumidores desde que assegurassem o reagendamento dos serviços expirou em dezembro de 2021 e empresas do segmento temem novos prejuízos.