Serviços ficam estáveis em novembro, no 2º mês seguido sem crescimento, diz IBGE
Mercado esperava alta de 0,2% na comparação mensal e de 6,2% na anual, segundo pesquisa da Reuters
O setor de serviços ficou estável na passagem de outubro para novembro, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (12), no segundo mês seguido sem crescimento.
O mercado esperava alta de 0,2% na comparação mensal e de 6,2% na anual, segundo pesquisa da Reuters.
Com o resultado do mês, o setor fica 10,7% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 0,5% abaixo do recorde alcançado em setembro de 2022, destaca o instituto.
Segundo o analista da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), Luiz Almeida, o dado de novembro pode ser lido como uma perda de fôlego frente aos avanços registrados nos meses anteriores, já que, de março a setembro, o índice acumulou um crescimento de 5,8%.
“Ainda é cedo para falarmos se estamos diante de um ponto de inflexão da trajetória. De todo modo, é importante notar que os principais pilares que vinham mostrando dinamismo e ajudando o índice a chegar em sua máxima histórica, os setores de tecnologia da informação e transporte de cargas, tiveram uma desaceleração em seu crescimento”, diz em nota.
Três das cinco atividades investigadas recuaram no mês de novembro, com destaque para serviços de informação e comunicação, que registrou queda de 0,7% e eliminou parte do ganho acumulado no período julho-outubro (5,1%), mostra o IBGE.
O recuo de novembro foi puxado, principalmente, por uma acomodação do setor de tecnologia da informação, que teve queda de 4,1%, também precedida de quatro meses de altas consecutivas que acumularam 19,4% de crescimento, destaca Almeida.
“Por outro lado, vemos um bom resultado do setor de serviços audiovisuais, de edição e agência de notícias, que mostrou avanço de 8% no mês após uma queda de 3,5% em outubro, puxado, principalmente, pelos serviços audiovisuais”.
Com queda de 2,2% no mês, a categoria outros serviços registrou o segundo maior impacto negativo no índice, eliminando boa parte do avanço de 2,8% registrado em outubro. O terceiro impacto foi dos serviços prestados às famílias, com queda de 0,8%, segundo resultado negativo seguido e perda acumulada de 2,1%.
“As principais influências negativas do setor de outros serviços vieram das atividades de pós-colheita e serviços financeiros auxiliares. Já para os serviços prestados às famílias, os setores que mais contribuíram para a queda foram restaurante e hotéis. Cabe notar que o setor ainda é o único que se encontra abaixo do período pré-pandemia, estando 6,7% abaixo do patamar de fevereiro de 2020”, diz o pesquisador.
Transportes, com variação de 0,3%, exerceu a principal contribuição positiva do mês, interrompendo duas quedas consecutivas, período em que havia acumulado perda de 2%. Já o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares variou 0,2%, mostrando ligeiro acréscimo após ter recuado 0,9% em outubro.
*Publicado por Ligia Tuon