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    Serviços caem 6,9% em março, pior resultado de toda a série histórica do IBGE

    Comparação é com fevereiro. Foi o segundo recuo consecutivo do setor, puxado por restaurantes e hotéis fechados por conta da pandemia de COVID-19

    do CNN Brasil Business, , em São Paulo

    O volume de serviços prestados no país encolheu 6,9% em março contra fevereiro, um reflexo das medidas de isolamento contra o novo coronavírus, divulgou nesta terça (12) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    É o pior resultado para o setor em toda a série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), iniciada em janeiro de 2011, e também a segunda queda consecutiva — em fevereiro, o recuo foi de 1%.

    O segmento de serviços é responsável por quase 70% da composição do Produto Interno Bruto (PIB), que mede o tamanho da economia do país. 

    Todas as cinco atividades monitoradas apresentaram queda em março, mostrou o IBGE. Os serviços prestados às famílias sofreram o maior baque, diminuindo 31,2%, e os de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio recuaram 9%.

    Os serviços profissionais, administrativos e complementares encolheram 3,6%, os de informação e comunicação tiveram queda de 1,1% e a categoria “outros serviços” apresentou retração de 1,6%.

    Restaurantes e hotéis parados

    Segundo o IBGE, a contração é consequência sobretudo, da paralisação das atividades de restaurantes e hotéis (que integram os serviços às famílias), em razão da pandemia da COVID-19.

    “Outras empresas também sentiram bastante depois do fechamento parcial ou total, como as de transporte aéreo e algumas de transporte rodoviário coletivo de passageiros”, explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

    Os impactos foram observados especialmente nos últimos 10 dias de março, quando a quaretena começou em boa parte do país, de acordo com Lobo.

    “Setores considerados não essenciais, como restaurantes, acabaram tendo que funcionar de forma parcial, muitas vezes migrando para o sistema de delivery, mas os hotéis não têm essa opção e acabaram fechando”, afirma. 

    Não por acaso, o índice de atividades turísticas caiu 30% em relação a fevereiro, segundo o IBGE, puxado pela queda dos hotéis, restaurantes, transportes e agências de viagem. É a maior retração desde o início da série histórica, também iniciada em janeiro de 2011.

    Queda generalizada

    No recorte por estados, 24 dos 27 pesquisados pelo IBGE viram o setor de serviços cair em março em relação a fevereiro, com destaque para São Paulo (-6,2%) e Rio de Janeiro (-9,2%), pressionados pelos segmentos de alojamento e alimentação.

    Os únicos estados com resultados positivos foram Amazonas (1,9%), Rondônia (3,1%) e Maranhão (1,1%).

    Resultado em um ano

    Na comparação com março de 2019, o volume do setor de serviços caiu 2,7%. Apresentaram queda duas das cinco atividades monitoradas: os serviços prestados às famílias (-33,4%) e os serviços profissionais, administrativos e complementares (-3,4%).

    O recuo interrompe uma sequência de seis taxas positivas nessa base de comparação.

    “A retração dos serviços prestados às famílias foi pressionada pelos segmentos de hotéis e restaurantes e os serviços profissionais, administrativos e complementares, pressionados pelas empresas de administração de programas de fidelidade, vigilância e segurança privadas, atividades correlacionadas à engenharia, entre outras”, diz o gerente da pesquisa.

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