Sergio Vale: Câmbio deve continuar “estressado” nos próximos meses
Economista-chefe da MB Associados participou do WW desta sexta-feira (28)
O clima de troca de farpas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chefe do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o temor com a condução da política fiscal do governo vem pressionando o dólar em relação ao real, e esse movimento deve ser sentido por mais alguns meses, na opinião do economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale.
“Chegamos no segundo ano com a necessidade de um ajuste fiscal muito mais difícil do que era no primeiro mandato. Aí, de fato, o cenário fica muito mais tortuoso. Por isso o câmbio está tão estressado, e é muito provavelmente o que a gente continuar acontecendo ao longo dos próximos meses”, disse em entrevista ao WW desta sexta-feira (28).
O especialista ressalta que a condução da política econômica começou “meio manca” ano passado com a arcabouço, que prevê uma dependência muito grande de arrecadação, sem olhar a estrutura de gastos públicos.
O dólar chegou próximo dos R$ 5,60 nesta sexta-feira, após mais uma crítica do presidente Lula à política monetária do BC. Desde o início do ano, o valor da moeda americana já subiu 15% em relação ao real.
As declarações de Lula agitaram os mercados financeiros no mesmo dia em que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que as críticas do mandatário dificultam o trabalho de controle da inflação.
“Isso (troca de farpas” para condução da política monetária não ajuda em nada, ainda mais no meio de uma condução delicada sobre taxa de juros em conjunto com uma decisão delicada sobre política fiscal”, diz Vale.
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