Sergio Vale: BC sinaliza que não atingirá meta em 2022 para evitar recessão
Instituição elevou na véspera a taxa básica da economia em 1,5 ponto percentual, a 10,75% ao ano, mas indicou que a próxima alta será menor
O Banco Central sinalizou que vai reduzir o ritmo de alta da Selic em comunicado divulgado nesta quarta-feira (2), quando elevou taxa básica da economia em 1,5 ponto percentual, a 10,75% ao ano.
“Ao sinalizar a alta mais moderada, o BC também está indicando para o mercado que não vai conseguir atingir a meta nesse ano, vai trabalhar pela meta em 2023. Ao fazer isso, mira no efeito positivo de evitar que a atividade desacelere com mais intensidade”, diz o especialista CNN em economia Sergio Vale.
“Se a instituição sinalizasse uma pressão maior de juros para tentar trazer a inflação para a meta já esse ano, ele teria seguido com 1,50 ponto percentual para a próxima reunião, e assim por diante, e levaria a uma possível recessão em 2022”, diz.
A expectativa do mercado é que a inflação termine o ano em torno de 5,5%, acima do teto da meta para 2022, de 5%. No ano passado, o indicador também extrapolou a medida, mas com maior intensidade.
Se, de um lado, o ciclo de aperto monetário tem como objetivo segurar a escalada dos preços, de outro, o efeito colateral dessa política é reduzir o ritmo da atividade, já que os consumidores tendem a ficar mais contidos, já que o crédito fica mais caro.
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