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    Senadores devem questionar Galípolo sobre proximidade com governo e PEC da autonomia

    Parlamentares ouvidos pela CNN, mesmo da oposição, acreditam que aprovação da indicação "não enfrentará problemas"

    Danilo Moliterno

    Senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) devem questionar Gabriel Galípolo, indicado de Lula para assumir o Banco Central (BC) a partir do ano que vem, sobre seu laço com o governo federal e posição em relação ao PEC da autonomia financeira na sabatina desta terça-feira (8).

    Parlamentares ouvidos pela CNN disseram acreditar que a aprovação do nome de Galípolo deve ser “tranquila” tanto na CAE, com sessão marcada para as 10h, quanto no Plenário da Casa, que acontece na sequência do dia. Mesmo senadores de oposição afirmam que “não haverá problemas” para o avanço da sua indicação.

    Para os congressistas, o tópico mais sensível da sessão será sua relação com o Palácio do Planalto. Antes de ser indicado à diretoria de Política Monetária do BC, cargo que ocupa atualmente, Galípolo foi “número 2” de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda.

    O economista foi ainda conselheiro da campanha eleitoral de Lula, em 2021, e fez parte da equipe de transição do governo.

    Contudo, há a percepção de que, apesar de parcela do mercado expressar temor sobre este alinhamento, a atuação do indicado na diretoria do BC tem denotado “independência”. Os votos alinhados ao restante do Copom para encerrar o ciclo de cortes e iniciar a alta dos juros devem jogar a seu favor.

    Além de questões técnicas relacionadas à inflação e contas públicas, os parlamentares esperam que o indicado responda sobre sua posição em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da autonomia financeira do BC. O texto tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

    Há a expectativa de que Galípolo dê sinal positivo à proposta – assim como teria feito em reunião com o relator da proposta, Plínio Valério (PSDB-AM). “O Galípolo esteve comigo e disse que é favorável à PEC”, disse o senador à CNN em setembro.

    Quando indicado à diretoria de Política Monetária do BC, Galípolo passou por sabatinas na Casa Alta. A sessão foi esvaziada (com quase 29 ausências), e a aprovação, tranquila (com 39 votos). Na oportunidade, o sabatinado defendeu a harmonização das políticas monetária e fiscal e os esforços do governo para ajustar suas contas.

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