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    Sem respeito ao teto de gastos, ficamos à deriva, diz especialista

    À CNN Rádio, o economista Guilherme Tinoco afirmou que o "waiver" proposto pelo ministro Paulo Guedes representa quebra de contrato

    Amanda Garciada CNN

    Em meio à busca por alternativas financeiras para viabilizar o Auxílio Brasil, a proposta do ministro Paulo Guedes de furar o teto de gastos e garantir que o programa social chegue ao valor estipulado de R$ 400, apenas alimenta o “momento conturbado” econômico pelo qual o país passa.

    Esta é a avaliação do economista e especialista em contas públicas, Guilherme Tinoco, em entrevista à CNN Rádio. Ele explicou que o pedido de “waiver” a que Guedes se referiu significa uma “quebra de contrato para realizar gastos fora do teto”.

    “O teto é a âncora que segura a gente desde 2016, é o que dá previsibilidade, agentes sabem que o país vai pagar em dia a longo prazo porque tem uma regra, sem ela, ficamos à deriva, quando se joga regra fiscal fora desse jeito”, criticou.

    Para Tinoco, há soluções melhores. “Tem as emendas para serem cortadas, subsídios que a conta é enorme e o governo promete revisar desde 2019, mas nunca conseguiu, não fizeram o dever de casa e agora, no momento de popularidade baixa, desejam colocar o gasto por fora, é muito preocupante”.

    O economista avalia que a situação ainda vai se agravar. Ele acredita que o Banco Central provavelmente vai “mudar o plano de voo” e subir a taxa de juros bem mais do que o previsto.

    “Isso encarece o crédito, causa inflação, que já está muito alta, rodando a 10%, isso corrói o poder de compra e entra no círculo vicioso, tudo tem que ser feito com antecedência e bem debatido, não é na hora do orçamento do governo já no ambiente eleitoral que se decide algo assim”, completou.

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