Selic deve se manter por ociosidade da economia, diz ex-diretor do Banco Central
Luiz Fernando Figueiredo alerta para a criação de novas despesas obrigatórias, o que pode afetar a política monetário do Brasil
Com anúncio de nova queda da taxa Selic, agora para 2% ao ano, surgiram dúvidas sobre quando tempo o Brasil conseguirá manter o índice em sua mínima histórica. Para Luiz Fernando Figueiredo, economista e ex-diretor do Banco Central, a tendência é que a o baixo índice se mantenha por conta da ociosidade da economia brasileira.
“A taxa Selic ficará baixa por um longo período por conta da ociosidade da economia brasileira, que não causa pressão de preço, mantendo a inflação baixa. O BC fez o que chamamos de deixar a porta semiaberta, se tivermos condições, podemos diminuir mais.”
Leia também
Selic não deve cair muito mais, mas pode ficar perto de 2% por muito tempo
À espera de reunião do Copom, bolsa fecha em alta; dólar sobe a R$ 5,29
Para equipe econômica, limitar juro do cheque especial pode prejudicar o crédito
Ele ressalta que os juros baixos não resolvem os problemas da economia brasileira, mas consegue atenuar os problemas. Diz que o movimento de juros baixos ajuda especialmente o endividamento das empresas e que é uma maneira de atenuar “as dores do PIB baixo”.
Figueiredo alerta para a criação de novas despesas obrigatórias e diz que caso as medidas emergenciais da pandemia se tornem perenes, “colocamos em risco a trajetória da dívida pública, o que pode afetar a política monetária.”
(Edição de Diego Freire)