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    Segurança energética e Eletrobras estarão em risco se Brasil crescer com força, diz Guedes

    Ministro da Economia também afirmou que companhia não terá capacidade de investimentos se mantiver a configuração societária como está

    Artur Nicocelido CNN Brasil Business* em São Paulo

    Durante um evento do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a capitalização da Eletrobras, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a empresa, em seu formato atual, ficará em risco e comprometerá a segurança energética brasileira se o país crescer com mais força nos próximos anos.

    “Vemos os sinais visíveis de que se o Brasil crescer como nós esperamos que cresça nos próximos anos, com uma taxa mais forte de crescimento, a empresa não consegue ter a capacidade de investimentos com a atual configuração societária dela, se coloca em risco, vai perdendo a fatia de mercado e comprometendo o futuro da segurança energética brasileira”, disse o ministro.

    “Ela [Eletrobras] hoje chega a quase 30% da geração, quase 40% na transmissão. Ela vai perdendo essa fatia de mercado e vai comprometendo o futuro da segurança energética brasileira”.

    Durante o evento, Guedes afirmou que hoje a estatal precisaria investir R$ 15,7 bilhões ao ano, mas tem capacidade de desembolsar anualmente cerca de R$ 3,5 bilhões.

    “O lucro parece que é pouco acima de 5 bilhões, esse ano [foi] um pouquinho abaixo do ano anterior, que foi um pouco abaixo do ano anterior. Então você vê os sinais visíveis, que se o Brasil crescer como nós esperamos que cresça nos próximos anos com uma taxa mais forte de crescimento, a empresa não consegue ter a capacidade de investimentos com a atual configuração societária dela”.

     

    A Eletrobras corre contra o tempo para concluir sua privatização no cronograma atual, que prevê a liquidação da oferta de ações até 13 de maio. Essa é a data limite para que a operação seja realizada com base nos dados do quarto trimestre de 2021. O TCU está analisando a modelagem, valuation e preço mínimo da capitalização.

    Para o ministro, a capitalização da estatal permitirá a recuperação de bacias hidrográficas e investimentos em energia nuclear, além de prever modicidade tarifária à população. Segundo ele, a operação vai destravar investimentos no setor de energia.

    Possível saída

    Como solução, Guedes afirmou que uma saída é desenhada com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que mobiliza R$ 100 bilhões, sendo que mais de R$ 30 bilhões vão para as tarifas, com o objetivo “de transferir o risco hidrológico para a transmissão em vez de para o consumidor”.

    O montante também será destinado para mobilizar recursos para o reparo de bacias hidrográficas.

    Guedes diz que um problema constante é, além da energia mais cara, a instabilidade do preço. “Às vezes você tem que colocar uma bandeira lá em cima, aí você abaixa a bandeira. Hoje, tem todo um sistema com problemas que nós temos que resolver transferindo esse risco hidrológico, tirando isso do consumidor”.

    *Com Reuters e com informações de Brenda Silva, da CNN Brasil

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