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    Secretário do Tesouro diz que há “bons indicadores” na economia para zerar o déficit em 2024

    Para Rogério Ceron, 2023 foi um “bom ano” e economia está “contratando um ciclo de crescimento sustentável”

    Cristiane Nobertoda CNN , em Brasília

    O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que a atividade econômica no país “vive um bom momento” e que é possível atingir a meta de zerar o déficit fiscal em 2024. Segundo ele, 2023 foi um “bom ano” e que a economia está “contratando um ciclo de crescimento sustentável”.

    “Eu evito projeções, questionar agente A ou B, porque são sempre estimativas. No ano passado, sinalizavam até recessão, e provavelmente vamos fechar o ano em 3%, isso acontece com todas as variáveis, é saudável, ajuda a ter mais segurança no percursos, não há nada de errado, todos tem direito de ter suas projeções. Mas acreditamos que sim, há um ambiente econômico bom, favorável, conseguimos aprovar medidas importantes no ano passado. E acreditamos sim que temos condições de entregar o que foi pactuado e atingir o alvo que é importante para todo o país”, afirmou em entrevista ao portal Poder 360, nesta quinta-feira (1º).

    Ceron destacou que o ajuste fiscal está em processo de recuperação e que, com o desempenho de 2023 e as medidas tomadas no ano passado estão dando frutos e os indicadores de janeiro de 2024 já dão “importantes sinalizações”.

    “Estamos buscando acelerar esse processo para gerar um melhor ambiente econômico no país, por isso acreditamos numa meta ousada e trabalhar para atingir, isso vai ser saudável para o país”, afirmou.

    Segundo ele, as medidas que foram aprovadas ao longo do ano passado estão se concretizando e será possível arrecadar o valor de R$ 168 bilhões estimados para atingir a meta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

    “Existe a possibilidade de entregar sim (a arrecadação). Ainda não temos o balanço final de janeiro, mas já está em linha com o que a gente estava planejando e vai reforçando nosso percurso. As coisas precisam ser endereçadas no dia a dia, então a cada mês a gente vai reavaliando, seguindo, buscando tais medidas que permitam manter nessa linha, que se for continuar caminhando nessa direção, tem condição sim de entregar o que estamos buscando. É uma meta arrojada, tem desafios, fomos muito transparentes quanto a isso. Mas é importante para o país. Ela sinaliza e marca um processo de recuperação fiscal, uma mudança de trajetória com o que vinha acontecendo na última década”, frisou o secretário.

    Queda de juros para a dívida

    Ceron comentou que o crescimento do estoque da dívida é “natural”, mas que o mais importante é que seja estável a longo prazo. Nesta semana, o Tesouro Nacional informou que a dívida pública federal subiu para 3,09% em dezembro ante novembro, fechando 2023 com débito de R$ 6,520 trilhões.

    Com o resultado, o estoque ficou dentro do intervalo de R$ 6,4 trilhões a R$ 6,8 trilhões estabelecido como meta no Plano Anual de Financiamento (PAF) do Tesouro para 2023.

    No ano, o aumento foi de 9,6% em relação ao ano anterior, informou o Tesouro Nacional, prevendo que ao final de 2024 o estoque poderá subir a até R$ 7,4 trilhões.

    Em valores absolutos, o crescimento no ano passado foi de R$ 568,9 bilhões, impulsionado pela alta de 3,09% registrada em dezembro.

    Segundo Ceron, uma parte desse estoque é impactado diretamente pela taxa de juros e outra parte por decisões da política monetária, uma de longo prazo e outra atrelada à Selic.

    “Nós estávamos num processo de restrição da política monetária buscando controlar a inflação, e agora a gente começa um relaxamento. Ontem tivemos mais uma redução da Selic que impacta diretamente nesse custo. Esse estoque é definido muito diretamente pela taxa de juros aplicada; uma coisa é aplicar 14% como tínhamos sob um estoque dessa magnitude, outra é aplicação de 8%, 9,5%. O fiscal também importa, por isso é importante a recuperação dos resultados fiscais para evitar que haja um crescimento continuado e não controlado dessa dívida especialmente em relação ao PIB”, disse.

    “Todas as nações têm dívidas, é natural, mas o importante é não deixar que tenha uma trajetória explosiva”, pontuou.

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