Schwartsman: Queda da inflação tem como pano de fundo baixo crescimento do PIB

Os dados da economia ao final de 2021 mostraram uma realidade bastante diferente daquilo que vinha sendo projetado algum tempo antes. Há cerca de um ano, a taxa Selic estava em torno de 2% ao ano, com a projeção de que terminaria 2021 em 3,5% e com uma inflação dentro da meta estipulada.

Ao final do ano passado, a taxa básica de juros ficou acima de 9,25%, com a inflação superando os 10%.

Diante do cenário apresentado, o especialista de economia da CNN, Alexandre Schwartsman, prevê que a Selic seguirá subindo e as consequências para a economia serão complexas.

“A projeção consensual é de que a inflação fique em 5%. Nesse contexto, o que sobra para o Banco Central é seguir o processo de aperto monetário. A perspectiva é que a Selic fique na casa dos 12% ao final do primeiro trimestre.”

“As consequências serão difíceis. Provavelmente a economia, que não vinha em um ritmo encorajador, vai perder muito fôlego.”

O especialista CNN ressaltou também que existe a perspectiva de a inflação sofrer uma queda em relação ao nível em que está hoje, mas essa redução acontecerá em detrimento do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.

“A gente vai conseguir trazer a inflação para baixo, mas como consequência de um crescimento do PIB muito próximo de zero ou até abaixo disso.“