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    Saque extraordinário do FGTS começa esta semana; especialistas pedem cautela

    Nascidos em janeiro podem retirar os valores primeiro; saques podem ser feitos a partir de quarta-feira e vão até 15 de junho

    Thayana Araújoda CNN , no Rio de Janeiro

    A Caixa Econômica Federal dá início, nesta quarta-feira (20), ao pagamento do crédito extraordinário de até R$ 1000 aos trabalhadores que tenham contas ativas e inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

    São cerca de R$ 30 bilhões liberados para aproximadamente para 42 milhões de brasileiros, segundo a Caixa. Os primeiros a retirar o valor são os nascidos em janeiro. Os saques vão acontecer até 15 de junho, quando os aniversariantes de dezembro terão sua vez de resgatar o benefício. Quem perder a data terá até 15 de dezembro de 2022 para retirar o dinheiro.

    Na mesma semana em que a Caixa vai liberar o saque emergencial, a Serasa vai divulgar os dados consolidados dos inadimplentes do mês de março. Atualmente, o Brasil tem pouco mais de 65 milhões de pessoas que não cumpriram com o pagamento de suas dívidas dentro do prazo.

    Para os que acreditam no valor extraordinário do FGTS como salvação dos problemas financeiros, especialistas advertem: o valor precisa ser usado para quitação urgente de dívidas, ainda mais com juros altos.

    Não sendo suficiente, o trabalhador tem ao menos que tentar renegociá-las. Para os raros brasileiros que não têm dívida alguma, a sugestão é aplicar o valor no Tesouro Direto, por exemplo.

    “Esse dinheiro não é um fluxo que o brasileiro vai ter daqui para frente. É um valor que vai entrar só dessa vez, vai formar um estoque de recurso no bolso e cabe a pessoa tomar a melhor decisão de utilizá-lo”, afirmou Cleveland Prates, professor de economia da FGV-LAW e da FIPE.

    As maiores inadimplências hoje são decorrentes da utilização de cartões de crédito, seguidas por conta de luz, gás, água e alimentos. De acordo com a Serasa, a dívida média por pessoa está em R$ 4.042.

    Cleveland destaca que os números são justificados pela falta de educação financeira, e isso é verificado e todas as classes. Segundo ele, há uma dificuldade das pessoas em lidar com seus fluxos de pagamentos.

    O economista conclui que o saque do FGTS não vai resolver os principais problemas das famílias porque, segundo ele, o impasse é mais de fluxo. As pessoas estão ganhando pouco e não estão tendo o suficiente para o básico, ainda mais com a inflação em dois dígitos.

    “A dívida é um estoque que gera um fluxo de déficit futuro. Na medida que abate parte desse estoque, a dívida tende a cair. Tudo depende da situação em que família está, R$ 1.000 não farão cócegas. Na média da situação dos brasileiros, esse valor máximo que pode ser sacado dá pequeno alívio momentâneo”.

    Sobre o saque extraordinário, é importante destacar que o valor a ser liberado vai depender do saldo que cada pessoa possui no FGTS. Todos os trabalhadores que tenham pelo menos R$ 1 mil no FGTS terão direito de retirar um valor.

    O dinheiro será creditado automaticamente na conta do trabalhador no aplicativo Caixa Tem, sem que o trabalhador precise ir até uma agência bancária.

    O trabalhador que não quiser fazer o saque extraordinário do FGTS deverá acessar o aplicativo FGTS ou se dirigir a uma das agências do banco para informar um gerente.

    Mesmo que o dinheiro esteja na conta, ele poderá optar pela anulação do crédito automático, por meio dos mesmos canais, até 10 de novembro de 2022. Outra opção é não mexer no valor liberado para que o recurso retorne corrigido à conta do FGTS, na data limite de 15 de dezembro de 2022.

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