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    Saldo de empregos em 2023 é positivo, mas geração de postos deve desacelerar, dizem economistas

    No acumulado do ano, Brasil abriu 1,48 milhão vagas; em dezembro, Caged registrou fechamento de 430,2 mil postos formais

    Da CNN*

    Após o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgar dados fechados para 2023, analistas consultados pela CNN observam o recuo do desemprego, mas apontam para resultado “decepcionante” no mês de dezembro e tendência de desaceleração de novos postos nos próximos meses.

    No acumulado do ano, o Brasil abriu 1,48 milhão vagas de emprego. Em dezembro, o Caged registrou fechamento líquido de 430,2 mil postos formais.

    “Este é um número que preocupa, principalmente por ser um mês em que normalmente aumenta a quantidade de empregos. Temos a economia mais aquecida neste fim de ano”, disse o economista-chefe da Valor Investimentos, Piter Carvalho.

    Segundo o economista da LCA Consultores, Bruno Imaizumi, o recuo no mês de dezembro é comum. Todavia, ele indica que, para 2024, a criação de postos deve desacelerar, em linha com a evolução da atividade econômica.

    “Para 2024, a LCA projeta variação real do PIB de 1,5% e saldo líquido positivo de 1 milhão de vagas”, explica.

    Outro destaque de Carvalho é o salário médio, que permanece baixo, apesar do recuo do desemprego, diz.

    “Isso pode explicar o porquê de boa parte da população ainda estar endividada”, pontua.

    O salário médio real de admissão (R$ 2.026) em dezembro teve queda de 0,3% em comparação a novembro.

    Sobre a questão, Imaizumi afirma — com base em dados do Ministério do Trabalho — que desde 2022 a maioria dos reajustes salariais de acordos e negociações coletivas está acontecendo acima do Índice Nacional de Preços ao Consumido (INPC) acumulado em 12 meses.

    Recorde nos desligamentos a pedido do trabalhador

    Em sua análise, o economista da LCA destaca que houve recorde em desligamentos a pedido do trabalhador. Em dezembro de 2023, foram registrados 580.638 desligamentos a pedido (volume 11,6% maior do que em dezembro de 2022).

    Proporcionalmente em relação ao total de demissões, o número de desligamentos a pedido do trabalhador também é recorde.

    “A crise provocada pela Covid-19 mudou a forma como as pessoas se relacionam com o trabalho, especialmente as mais jovens, que parecem buscar equilibrar remuneração e qualidade de vida”, analisa.

    “Ademais, durante os piores momentos da pandemia, muitas pessoas aceitaram empregos de menor remuneração e ainda observamos um resquício de normalização: trabalhadores estão se desligando de seus empregos ‘provisórios’ para serem admitidos em outros mais condizentes com suas qualificações”, indica.