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    Recuperações judiciais saltam no agronegócio em 2023, aponta Serasa Experian

    Empresas incluem revendedores, agroindústrias, comércios atacadistas, serviços de apoio e revendedores de máquinas agrícolas

    Setor representou 22,8% de todos os pedidos de recuperação judicial de 2023
    Setor representou 22,8% de todos os pedidos de recuperação judicial de 2023 24/03/18 - REUTERS/Roberto Samora

    João Nakamurada CNN

    São Paulo

    A demanda por recuperações judiciais entre empresas ligadas ao agronegócio saltou em 2023, segundo levantamento do Serasa Experian.

    Ao todo, foram realizados 321 pedidos por empresas de produtos e serviços relacionados ao agro. Os produtores em si fazem parte de um espectro separado.

    O resultado representa um salto de 82,4% em comparação com as 176 recuperações judiciais solicitadas em 2022.

    O setor representou 22,8% de todos os pedidos de recuperação judicial de 2023.

    As empresas observadas incluem revendedores e indústrias de insumos, agroindústrias e comércios atacadistas de produtos agropecuários, serviços de apoio à agropecuária, bem como indústrias e revendedores de máquinas agrícolas.

    Entre os fatores apontados como agravantes para essas empresas, estão as “complexas consequências das alterações das mudanças climáticas”, afirma a analista de recuperações judiciais da KPMG, Osana Mendonça.

    Luís Guerrero, professor do Ibmec e especialista em recuperações judiciais, reforça a ideia ao notar que os eventos extremos têm afetado a safra brasileira, e a “quebra de safra é quebra de renda, e invariavelmente descumprimento contratual”.

    De acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra de 2024 deve ser 3,8% menor que a de 2023 por conta das mudanças climáticas.

    O cenário, contudo, não é de crise generalizada no setor.

    Nota-se que o setor segue operando normalmente e contribuindo fortemente com a economia brasileira como um todo, como reforça o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, que aponta para a gestão das empresas como foco de atenção.

    “É fundamental que os produtores e empresas ligadas ao agro organizem suas finanças e, se preciso, busquem pela renegociação de dívidas, pois a recuperação judicial deve ser utilizada apenas como último recurso”, indica Pimenta.

    Guerrero reforça o pensamento. “Há um certo tratamento da recuperação judicial como panaceia, solução de todos os males no setor, o que é irreal.”

    Um levantamento feito com a ferramenta Agro Score PJ, da Serasa Experian, aponta que o uso de modelos preditivos pode antecipar e evitar riscos, permitindo que credores tomem decisões mais precisas que impeçam as empresas de chegar em momentos drásticos.