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    QuintoAndar anuncia escritório em Lisboa para atrair estrangeiros e expatriados

    Plataforma segue iniciativa de outras empresas, de reunir alguns funcionários em outro país, mas startup ainda não terá operações em Portugal

    Natália Eirascolaboração para o CNN Brasil Business , de Lisboa

    O QuintoAndar, plataforma de negociação de aluguel, compra e venda de imóveis, anunciou, nesta quinta-feira (4), que abrirá escritório em Lisboa, Portugal, que terá cerca de 50 colaboradores.

    “Sempre tivemos um foco grande em investir em uma equipe talentosa, independentemente da nacionalidade”, diz o CEO e co-fundador do Quinto Andar, Gabriel Braga, em entrevista ao CNN Brasil Business na capital portuguesa, onde está para palestrar no Web Summit, evento de tecnologia. “Agora a gente quer apoiar essa equipe mais global e a Europa é um celeiro de talentos, tanto de pessoas que nasceram e se formaram aqui, como de profissionais que vieram de outros continentes e estão aqui.”

    Diante do crescente fluxo migratório de profissionais brasileiros altamente qualificados para o estrangeiro, o QuintoAndar é apenas a empresa de tecnologia brasileira mais recente a tomar esse passo. A fintech Nubank já tem escritórios na Alemanha e nos Estados Unidos, a Loggi, plataforma de entregas, também tem um hub em Lisboa.

    O novo “centro de tecnologia”, como a QuintoAndar define o escritório lusitano, que deve começar a funcionar a partir de março do ano que vem, é uma forma de a plataforma atrair e reter talentos que estavam sendo conquistados por empresas internacionais.

    “Há pessoas que gostam do QuintoAndar, mas querem ter uma experiência de morar no exterior. Tendo essa multiplataforma, podemos garantir que o funcionário possa se mudar para outro país, mas continuar trabalhando conosco”, fala Gabriel Braga.

    A presença na Europa também pode ajudar o QuintoAndar a ter acesso a profissionais europeus. “Uma equipe global, com pessoas que tiveram contextos diferentes, é muito enriquecedor. E, muitas vezes, há um profissional estrangeiro que está curioso com o que temos feito no Brasil, mas não tem a possibilidade de se mudar para lá. Tendo esse hub em Lisboa, podemos também contá-lo em nossa equipe”, afirma o CEO.

    Por mais que, de acordo com o executivo, “o mundo tenha ficado menor” com o trabalho remoto, a empresa decidiu abrir um espaço físico para que ele seja um apoio para os funcionários baseados na Europa. “Vai ser um estilo híbrido. Ninguém vai precisar ficar o tempo todo na frente do computador, mas quisemos garantir que o colaborador tenha um espaço caso não queira ficar en home office”, diz Braga.

    E Lisboa foi a cidade escolhida por conta da tendência de crescimento da comunidade de tecnologia em Portugal. O Google abriu um centro de suporte no país em 2018, assim como a Amazon. Nos últimos cinco anos, mais de 80 hubs tecnológicos já se instalaram no território português e foram criados mais de 8,5 mil postos de trabalho.

    Há, ainda, uma série de incentivos fiscais dados pelo governo português para investidores e cidadãos estrangeiros, além de, desde 2019, ter criado um visto para profissionais altamente qualificados da tecnologia, o Tech Visa, que diminuiu a burocracia na contratação de estrangeiros no país.

    Gabriel Braga e Andre Penha, do QuintoAndar / QuintoAndar/Divulgação

    Isso tudo fez com que o mercado de startups do país ficasse em ebulição. “Lisboa é uma cidade cosmopolita, com pessoas de todo o mundo”, comentou Gabriel Braga. “Além disso, tem um custo de vida que permite que os colaboradores possam manter um estilo de vida interessante sem gastar todo seu dinheiro”.

    Porém, a abertura do novo escritório não significa que a empresa iniciará operação em Portugal. O QuintoAndar, que atingiu o valor de mercado de US$ 5,1 bilhões no último mês, pretende fazer expansão internacional, mas, inicialmente, para a Cidade do México. A plataforma começa a operar na capital mexicana em meados de 2022.

    “Queremos trabalhar em Portugal, mas temos que pensar sobre isso”, fala Gabriel Braga. “Globalizando o nosso time, a gente enriquece o nosso próprio entendimento sobre as nuances e realidade de cada país, isso ajuda a gente a se tornar uma empresa mais internacional.”

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