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    Queremos tirar o BC do ruído político, diz Campos Neto

    Visando reforçar autonomia da autarquia, presidente disse que busca-se promover a transição de Galípolo da melhor maneira possível

    João Nakamurada CNN , em São Paulo

    O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, comentou nesta quarta-feira (23) sobre “ruídos” que marcaram seu mandato na autarquia.

    “Tivemos ruídos sobre a mudança da meta [de inflação], sobre a questão fiscal e outras questões sobre a credibilidade do time do Banco Central”, pontuou Campos Neto durante reunião com investidores do UBS, realizada em Washington, nos Estados Unidos.

    Os últimos dois anos foram marcados pela relação conturbada entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente do BC.

    O petista é o primeiro mandatário a ter de lidar com o indicado de uma gestão passada, desde que a autonomia da autarquia foi aprovada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).

    Mas, seguindo o próprio princípio de autonomia, Campos Neto reforçou que o BC deve buscar o máximo possível se isolar da política e citou o atual processo de transição para entregar o comando a Gabriel Galípolo, que foi aprovado pelo Senado no início de outubro.

    “Por isso buscamos fazer a transição do Gabriel [Galípolo] da melhor maneira possível. Todos precisam entender que queremos tirar o Banco Central da cena política, do ruído político”, afirmou o presidente da autarquia.

    O atual diretor de Política Monetária do BC, Galípolo, foi indicado pelo governo a presidir a autarquia a partir do ano que vem, após o fim do mandato de Campos Neto. Seu nome foi aprovado com ampla margem ampla pelos senadores.

    “Chamamos muitas pessoas no Congresso para ajudar durante a sabatina, porque é importante que coloquemos o Banco Central acima da política, acima do curto prazo. Tem que haver um olhar institucional no longo prazo”, disse a autoridade.

    Meta de inflação

    A avaliação do presidente do BC é que é contraproducente questionar tanto o método quanto o alvo da meta de inflação. A partir deste ano, o governo oficializou uma meta contínua de 3%, deixando de definir novos objetivos para cada ano.

    Olhando para outros mercados emergentes, Campos Neto avalia que o patamar está alinhado com as práticas internacionais. Ele relembra que o barulho em torno do objetivo começou após o governo iniciar as discussões sobre a mudança do cálculo.

    “Se olhar para o período antes disso, toda vez que anunciávamos uma nova meta, as expectativas de inflação convergiam para ela. Antes, as expectativas demoravam de dois a três meses para convergir. Da última vez que nós de fato mudamos a meta, convergiu rápido. Havia muita credibilidade”, afirmou o presidente do BC.

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