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    Queda do IGP-M é ‘atípica’ e não deve se manter no mês que vem, avalia economista

    O IGP-M é composto por três subíndices, o IPA-M, IPC-M e o INCC-M; índice caiu 0,64% em setembro, de acordo com dados desta quarta-feira

    Amanda GarciaBel Camposda CNN , em São Paulo

    O IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado), que mede a “inflação do aluguel”, caiu 0,64% em setembro. Os dados divulgados nesta quarta-feira (29), são “atípicos” para o coordenador dos Índices de Preços do FGV IBRE, André Braz.

    “Esse número negativo do IGP-M tem a ver com o comportamento de uma commodity especial, que tem um peso muito grande no Índice de Preços ao Produtor (IPA-M), que é o minério de ferro, que teve queda de 20% em setembro”, explicou.

    O IGP-M é composto por três subíndices, o IPA-M, IPC-M e o INCC-M.

    “O preço do minério de ferro já começou a se recuperar no mercado internacional, o número não vai se manter para o mês que vem, vai haver aceleração e devolução dessa queda”, afirmou.

    De acordo com o economista, a queda foi “um evento pontual, não-generalizado”. “Se tivéssemos mais itens importantes com queda no preço, poderia chegar até o consumidor, beneficiando muitas famílias, aliviando as pressões inflacionárias, mas não é a situação que vemos aqui.”

    Estagflação

    Como o principal instrumento de combate à inflação é aumentar os juros, há um cenário de encarecimento de crédito, que cria rigidez para o consumo das famílias e investimento industrial.

    Braz explica que isso, aliado às projeções de baixo crescimento, podem causar “um período em que se vai ter que conviver com inflação acima da média, sem crescer, e é onde se desenha o cenário de estagflação, do qual estamos muito próximos, e é extremamente nocivo.”

    “A gente quer que a economia cresça para diminuir a desigualdade que se construiu ao longo da pandemia, houve desemprego em massa em famílias de baixa renda, que estão passando aperto, não têm emprego e veem preços de itens básicos puxarem a inflação, é uma combinação mortal”, completou.

    Para André Braz, o “governo tem que facilitar o trabalho da política monetária, fazendo sua parte para diminuir o risco-país.”