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    Quase 10 milhões perderam emprego por pandemia, diz pesquisador do Ipea

    O país tinha 83,5 milhões de trabalhadores ocupados ao fim de maio, uma queda de 9,9 milhões em relação ao contingente de 93,4 milhões em fevereiro

    Marcelo Sakate, , da CNN Brasil, em São Paulo

    Os efeitos devastadores da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus tiraram o emprego de praticamente 10 milhões de trabalhadores nos meses de março, abril e maio. Os cálculos foram feitos pelo economista Marcos Hecksher, pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), com base em dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (dia 30).

    Os dados incluem empregos formais e informais e foram repassados com exclusividade pelo pesquisador ao CNN Brasil Business. Hecksher usou informações da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua de maio para calcular a evolução da chamada população ocupada mês a mês, diferentemente da metodologia do IBGE, que divulga dados trimestrais móveis.

    Hecksher diz que decidiu mensurar a evolução da população ocupada mês a mês para que fosse possível entender e avaliar com maior precisão os efeitos da pandemia do novo coronavírus, auxiliando economistas e formuladores de políticas públicas. 

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    O país tinha 83,5 milhões de trabalhadores ocupados ao fim de maio, uma queda de 9,9 milhões em relação ao contingente de 93,4 milhões em fevereiro, antes que o novo coronavírus começasse a se espalhar no país e a impactar a economia.

    O copo meio cheio, se é que se pode falar assim, é que a crise eliminou 1 milhão de empregos em maio, contando formais e informais. É uma quantidade brutal, mas abaixo dos 3,5 milhões de vagas em março e do auge de 5,4 milhões em abril.  

    Para o IBGE, a queda na população ocupada foi menor, da ordem de 7,8 milhões de trabalhadores entre fevereiro e maio.

    Nos dois casos, considerando tanto os cálculos de Hecksher como os dados oficiais do IBGE, a perda de empregos foi tão grande que levou o mercado de trabalho a uma situação inédita na série histórica iniciada em 2012: menos da metade da população com idade para trabalhar está ocupada. Para o pesquisador do Ipea, esse percentual está em 48,1%; para o IBGE, em 49,5%.

    Em fevereiro, antes de a pandemia se espalhar, o nível de ocupação da população estava em 54,1%, segundo Hecksher.

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