Projeção do BC para o PIB em 2020 passa de queda de 5% para recuo de 4,4%
Para o ano que vem, a previsão do BC permaneceu praticamente estável, passando de uma alta de 3,9% para 3,8%
O Banco Central revisou a projeção oficial para o desempenho da atividade econômica de 2020. Com o resultado positivo no terceiro trimestre do ano, a estimativa do BC para o Produto Interno Bruto (PIB) passou de queda de 5% para recuo de 4,4%. Para o ano que vem, a previsão do BC permaneceu praticamente estável, passando de uma alta de 3,9% para 3,8%.
A atualização está no Relatório Trimestral de Inflação, publicado nesta quinta-feira (17).
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“A revisão da série histórica do PIB, que produziu elevação das variações interanuais nos dois primeiros trimestres de 2020, aliada ao desempenho no terceiro trimestre ligeiramente melhor do que o antecipado, na mesma métrica, contribuíram para a elevação da estimativa de variação anual”, informa o documento.
Além disso, para o BC, alguns indicadores econômicos mensais sinalizam a continuidade da recuperação da atividade econômica no quarto trimestre “em ritmo mais alto que o previamente antevisto”.
A nova previsão se iguala às atuais expectativas do mercado financeiro que, de acordo com a última edição do Boletim Focus, também esperam queda de 4,41%. O valor também se aproxima da projeção do Ministério da Economia que vê contração de 4,5% em 2020.
Para 2021, no entanto, o BC está mais otimista que ambos. Enquanto o mercado financeiro prevê crescimento de 3,5% para a atividade econômica ano que vem, o Ministério da Economia espera alta de 3,2%.
Segundo o BC, a perspectiva de crescimento de 3,8% no ano que vem reflete uma antecipação da recuperação econômica esperada, pelo menos em alguns setores e componentes no lado da demanda, para 2020. “Por outro lado, o menor crescimento trimestral também é consequência da recuperação mais lenta do mercado de trabalho e dos índices de mobilidade”, pondera.
Inflação
O BC também revisou a estimativa para a inflação de 2020, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Agora, a autoridade monetária já vê a inflação terminar o ano em 4,3%, ante 2,1% esperado em setembro.
Atualmente, o mercado financeiro espera um valor próximo, de 4,35%, para a inflação deste ano. Ambas as previsões estão dentro da margem da meta de 2020, que tem o centro em 4,00%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual, ou seja, podendo variar de 2,50% a 5,50%. A principal ferramenta do BC para perseguir a meta é a taxa básica de juros, a Selic.
Até o relatório passado, havia um risco de a inflação deste ano ficar abaixo da meta, no entanto, segundo o BC, a pressão inflacionária recente elimina a possibilidade de a inflação ultrapassar o limite inferior em 2020.
Entre os principais fatores que levaram a uma revisão da projeção, estão os resultados do IPCA em meses recentes maiores do que o esperado; a revisão das projeções de curto prazo, refletindo as pressões correntes; a elevação dos preços de commodities; o crescimento das expectativas de inflação da pesquisa Focus; e a revisão para cima da projeção de itens de preços administrados.
Para 2021 e 2022, o Banco Central projetou, respectivamente, inflações de 3,4%. Em setembro, a previsão para o ano que vem estava em 2,9% e para 2022 em 3,3%. As estimativas consideram a trajetória estimada pelo mercado financeiro para a taxa de juros e de câmbio neste ano e no próximo.
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