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    Principais pressões sobre inflação vieram de distúrbios no clima, diz IBGE

    Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de uma queda de 0,02% em agosto para uma alta de 0,44% em setembro

    Daniela Amorim, do Estadão Conteúdo

    Os aumentos de preços que resultaram nas principais pressões sobre a inflação do país em setembro foram consequência de distúrbios climáticos.

    A avaliação é do gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Almeida.

    O índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de uma queda de 0,02% em agosto para uma alta de 0,44% em setembro.

    Os avanços foram liderados pelos aumentos de 5,36% na energia elétrica, um impacto de 0,21 ponto porcentual, e de 0,50% em alimentação e bebidas, uma contribuição de 0,11 ponto porcentual.

    “O IPCA foi influenciado, principalmente, pela energia elétrica, e também por alimentação e bebidas”, disse Almeida.

    “Os principais impactos positivos no mês de setembro, tanto por parte da energia elétrica quanto no caso das carnes e frutas, os fatores climáticos contribuíram para a alta de preços.”

    A alimentação no domicílio ficou 0,56% mais cara em setembro. Houve aumentos nos preços do mamão (10,34%), laranja-pêra (10,02%), café moído (4,02%) e contrafilé (3,79%).

    “A oferta dessas frutas está sendo menor porque essas lavouras estão sendo afetadas pelas secas. As frutas aumentam com redução de oferta”, justificou a analista da Gerência Nacional de Índices de Preços do IBGE, Denise Cordovil.

    As frutas ficaram 2,79% mais caras em setembro. O subgrupo carnes registrou aumento de 2,97%, a maior alta desde dezembro de 2020, quando avançou 3,58%.

    “Em 2024, os preços da carne bovina registraram queda na maior parte do primeiro semestre, principalmente devido à maior oferta do produto.

    A estiagem reduziu a qualidade da pastagem, então a gente vê um aumento de preços de bovinos em setembro. Isso afeta também o preço do leite longa vida”, explicou Cordovil.

    Segundo Cordovil, o clima mais seco, a estiagem e também as queimadas contribuem para uma redução da oferta dos produtos alimentícios.

    “É efeito do clima mais seco, menor incidência de chuvas que afeta a produtividade das lavouras, e a ocorrência de queimadas é um fato que também contribui pra reduzir a oferta dos produtos”, concordou a pesquisadora.

    André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, acrescenta que o período atual já é de entressafra para as carnes.

    “A ausência de chuvas e o clima seco intensificaram essa entressafra. Houve uma maior quantidade de abates ao longo do primeiro semestre.

    Então agora nesse período de entressafra, período de inverno, a gente teve uma intensificação da questão climática. A questão climática intensificou a entressafra da oferta”, disse ele.

    Quanto à energia elétrica, a alta no custo em setembro foi puxada pela mudança da bandeira tarifária verde para bandeira vermelha patamar 1.

    Em outubro, foi acionada a bandeira vermelha patamar 2, o que voltará a pressionar o gasto das famílias com energia, reconheceu Almeida. Ele pondera que a bandeira tarifária é apenas um dos componentes que incidem sobre o cálculo dos gastos com a conta de luz.

    “No que diz respeito ao componente bandeira tarifária, de fato, em outubro a gente vai ter mudança para a bandeira vermelha patamar 2.

    Então a gente vai passar de cobrança de R$ 4,46 para R$ 7,87 a cada 100 kw/h consumidos. Na passagem de agosto para setembro a gente passou de R$ 0 para R$ 4,46”, lembrou Almeida.

    “Em termos da pressão da bandeira tarifária pode ser que sim, vai haver pressão adicional.”

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