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    Presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes pede renúncia do cargo ao governo

    A informação foi confirmada por meio de um fato relevante divulgado pelo banco

    André Jankavski, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Na noite desta sexta-feira (24), o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, entregou o pedido de renúncia do cargo ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A informação foi confirmada por meio de um fato relevante divulgado pelo banco.

    No documento, assinado por Carlos Hamilton Vasconcelos de Araújo, vice-presidente de gestão financeira e relação com os investidores, diz que o pedido de renúncia tem efeitos a partir de agosto, em uma data ainda a ser definida e que será “oportunamente comunicada ao mercado.

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    O motivo, segundo o BB, é “que a companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário.”

    O fato relevante também diz que Bolsonaro já aceitou o pedido de Rubens e que deve indicar outro nome para comandar o banco público.

    Novaes assumiu a presidência do Banco do Brasil no dia 7 de janeiro de 2019. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o agora ex-presidente é um dos formados pela Universidade de Chicago, berço liberal e que tem Guedes como um dos seus principais expoentes no Brasil.

    Uma de suas principais missões ao assumir o Banco do Brasil era a privatização total da instituição financeira. Em diversas entrevistas, Novaes afirmou que era a favor da venda, assim como o ministro Guedes. Porém, ele admitia que era difícil por ser uma decisão política e que teria de ser aceita pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo Congresso.

    Na visão dele, no entanto, a privatização do banco era uma questão de tempo até por causa da própria atividade bancária, que cada vez menos têm instituições financeiras sob controle do estado.

    O BB foi um dos assuntos tratados durante a reunião ministerial, do dia 22 de abril, divulgada pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.

    Na reunião, após Novaes e Guedes defenderem a privatização, o presidente afirmou: “Isso aí só se discute, só se fala em ‘23’, tá?” em alusão a um novo mandato.

    Na reunião, Guedes também criticou a atuação de Novaes à frente do BB. Ele disse que o governo “faz o que quer” com a Caixa Econômica Federal e o BNDES, mas no BB “não consegue fazer nada”, mesmo tendo um “liberal lá”, em referência a Novas, que estava no encontro. “Tem que vender essa porra logo”, disse Guedes.

    O BB de Novaes

    Novaes assumiu o banco como um dos homens fortes de Guedes. Antes de ser presidente do banco, o economista foi professor da Fundação Getulio Vargas, diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e presidente do Serviço Brasileiro de APoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

    Em seu primeiro ano na gestão do Banco do Brasil, Novaes levou o banco estatal a ter um lucro de R$ 18,1 bilhões, 41,2% maior em comparação a 2018. Na divulgação de resultados, à época, o banco afirmou que o resultado foi vitaminado pela redução da despesa com calotes e crescimento das receitas com prestação de serviços.

    No entanto, no mesmo ano, a carteira de crédito do banco caiu 2,6%, com uma migração maior de clientes do atacado para o mercado de capitais. 

    Nas previsões para 2020, antes da pandemia, é claro, o Banco do Brasil previa que teria um lucro entre R$ 18,5 bilhões e R$ 20,5 bilhões. Entre os principais motivos para isso estariam os empréstimos ao consumidor e menores despesas com provisão de perdas para empréstimos.

    Porém, veio a pandemia e os resultados vieram diferentes. Apesar de ter registrado um lucro líquido de R$ 3,4 bilhões entre janeiro e março deste ano, houve uma queda de 20,1% em comparação ao mesmo período de 2020. Não por acaso, o banco até suspendeu as projeções para o ano de 2020. 

    Prevendo perdas, o banco chegou a reservar R$ 2 bilhões em provisões para inadimplência. 

    Os investidores, por sua vez, vinham vendendo os papéis que tinham do Banco do Brasil. Prova disso é a desvalorização de cerca de 30% das ações no período em que ele ocupou o cargo. Desde o início do ano, a queda é ainda maior: quase 37%.

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