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    Prejuízo do setor do turismo é de R$ 463 bilhões durante pandemia, diz CNC

    Companhias suspenderam a temporada de Cruzeiros no Brasil até o dia 4 de fevereiro devido ao aumento de casos da Covid-19

    Camille Coutoda CNN , Rio de Janeiro

    As companhias de cruzeiro decidiram estender a suspensão das operações no Brasil, de forma voluntária, até o dia 4 de fevereiro.

    Em nota, a CLIA Brasil (Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros) e seus associados informaram que pretendem “dar continuidade às discussões com as autoridades competentes, a fim de alinhar as medidas necessárias para a retomada dos cruzeiros”, e que a prorrogação voluntária da suspensão das operações no Brasil “contrasta com a evolução positiva nos Estados Unidos, onde as autoridades de saúde reconheceram a eficácia dos protocolos da indústria de cruzeiros e anunciaram a elevação do Conditional Sailing Order (CSO), que ajudou a orientar o retorno do setor às operações na América do Norte.”

    Nesta quinta-feira (13), o Ministério da Saúde informou que segue acompanhando o caso e, em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Estados e Municípios, serão analisadas as questões sanitárias para avaliar a possibilidade de retomada ou não dos serviços.

    Por sua vez, a Anvisa entende a suspensão definitiva da temporada de navios de cruzeiro no Brasil é necessária à proteção da saúde da população, diante do cenário nacional. Porém, destacou que a decisão final sobre a manutenção ou não da temporada após 21 de janeiro não é da Anvisa, mas do grupo interministerial formado por Casa Civil, Ministério da Saúde, Ministério da Justiça e Ministério da Infraestrutura.

    No entanto, o órgão continua atento ao desfecho dos casos em tripulantes, em especial acerca das embarcações que ainda cumprem quarentena.

    À CNN, a companhia italiana Costa Crociere confirmou o apoio à decisão da CLIA, mas enfatizou que “vem adotando rígidos procedimentos de saúde para o embarque de passageiros por meio do Protocolo de Segurança Costa ao determinar que todos os hóspedes e tripulantes estejam totalmente vacinados e apresentem exames negativos no momento do embarque.”

    Com a suspensão, dois navios da empresa no Brasil na temporada 2021/22 foram afetados. Aos passageiros, a companhia está oferecendo a opção de transformar o valor pago pelo cruzeiro em um voucher de crédito a ser utilizado até 31 de dezembro de 2022 para embarques até 30 de junho de 2023 ou reembolso.

    A MSC Cruzeiros também foi procurada, mas não retornou um posicionamento.

    Imagens do navio Preziosa, da MSC Cruzeiros / Wilton Junior/Estadão Conteúdo (2.jan.2022)

    Impacto da Ômicron no turismo

    O turismo, um dos setores mais afetados pela pandemia do coronavírus, viu uma melhora na procura pelos destinos e, consequentemente, na movimentação econômica em novembro de 2021.

    Porém, com o aumento de casos provocados pela variante Ômicron, a tendência é de que a recuperação dos serviços atrase um pouco mais, como aponta a pesquisa Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) com base nos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de novembro, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em números, o acúmulo do impacto econômico chega a R$ 463,8 bilhões.

    Ainda de acordo com a Confederação, a queda da circulação de consumidores em áreas de comércio e serviços foi mais acentuada na primeira semana de 2022 (-7,1%) do que nos sete primeiros dias do ano passado (-6,3%).

    Um dos principais motivos para a queda do movimento dos viajantes é o cancelamento de eventos relevantes da alta temporada do turismo brasileiro, com destaque para o carnaval, que, antes do início da pandemia, movimentava cerca de R$ 8,1 bilhões no Brasil.

    Contudo, o economista responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, acredita em um cenário mais positivo no segundo semestre deste ano. Apesar de os dados ainda não estarem fechados, ele projeta avanço de 22,5% no faturamento do turismo em 2021 e de 1,7% em 2022.

    “Acreditamos que o setor terá condições de reaver seu pleno potencial de geração de receitas a partir de setembro de 2022. Em ambos os casos, confirmadas as expectativas, tanto serviço quanto turismo registrariam as maiores taxas anuais de crescimento desde o início da PMS”, estima.

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