Preço dos combustíveis vai ser tema central em 2022, diz especialista
Bruno Pascon, sócio e diretor da CBIE Advisory, afirma que haverá pressão no preço dos combustíveis no ano que vem, porém com menos força do que em 2021
Os combustíveis ficaram mais caros em dezembro, segundo levantamento da Ticket Log. Ao comparar o último mês de 2021 com o mesmo período de 2020, a empresa registrou alta de 40%. A subida reflete alterações que ocorreram ao longo de todo o ano de 2021, com o primeiro aumento ainda em janeiro.
O sócio e diretor da CBIE Advisory Bruno Pascon, em entrevista à CNN nesta sexta-feira (31), afirmou que o tema dos preços dos combustíveis vai ser central para 2022, ano eleitoral, em razão do forte impacto que eles têm na vida dos brasileiros.
“Esse vai ser um tema central porque os combustíveis representam entre 16% a 20% na renda do brasileiro. Como a renda caiu 11% em 2021, em função da pandemia e da crise, acredito que este tópico vai ganhar destaque no ano que vem”, disse.
Segundo Pascon, o preço doméstico de combustíveis no Brasil vai continuar pressionado em 2022, mas não deve ser na mesma magnitude como aconteceu este ano.
“Infelizmente teremos duas pressões para o ano que vem. A primeira é sobre o preço de petróleo, com estimativa para ficar entre 75 e 80 dólares o barril em 2022, acima da média de 72 dólares de 2021, e sobre o câmbio, que tende a ter uma volatilidade maior em ano de eleição”, afirmou.
“Portanto, os dois principais componentes que impactam no preço doméstico de combustíveis no Brasil vão continuar pressionados no ano que vem”, acrescentou.
Para ele, a solução desta pressão não deve passar por uma política de interferência dos preços, com mudanças na Petrobras.
” Acredito que nós conseguimos conviver com políticas públicas para atender preços melhores para a população, mas não podemos tocar na política de preços da Petrobras”, disse.
“Por ser uma empresa listada em bolsa, com o respeito à lei das estatais, ela pode inclusive sofrer sanções se tiver essa liberdade de preços questionada, o que não acontece em nenhum outro país do mundo”, explicou.