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    Portos australianos retomam parte de operações após ataque cibernético

    Após ataque na sexta-feira, operadora paralisou operações

    Michelle Tohda CNN , Hong Kong

    Um dos maiores operadores portuários da Austrália reiniciou parcialmente suas operações após um ataque cibernético que paralisou a operação.

    A DP World Australia anunciou na segunda-feira (13) que a retomada ocorreu três dias após uma violação de seus sistemas de TI.

    A empresa administra o fluxo de quase 40% das mercadorias do país e é propriedade da gigante logística DP World, sediada em Dubai.

    A operadora portuária é o mais recente alvo de uma série de ataques cibernéticos globais em grande escala.

    A sua interrupção ocorreu poucos dias depois de um ransomware ter afetado a unidade norte-americana do Banco Industrial e Comercial da China, o que pode ter contribuído para uma liquidação nos mercados de ações e obrigações.

    A reabertura dos portos ocorre após “testes bem-sucedidos de sistemas-chave durante a noite”, disse a DP World Australia em comunicado, acrescentando que cerca de 5.000 contêineres sairiam de seus quatro terminais em todo o país na segunda-feira.

    Isso representaria pouco menos de 17% da carga total afetada da empresa, que totaliza cerca de 30 mil contêineres, de acordo com a Australian Financial Review.

    A CNN entrou em contato com a DP World Australia para confirmação. A empresa possui terminais em quatro portos nas cidades de Sydney, Melbourne, Brisbane e Fremantle.

    Mesmo enquanto trabalha para voltar à estabilidade, a empresa diz que pode continuar a enfrentar contratempos.

    A DP World Australia disse no comunicado que “a retomada das operações portuárias não significa que este incidente tenha terminado” e que seus esforços para proteger seus sistemas podem “causar algumas interrupções temporárias e necessárias” nos próximos dias.

    A empresa disse que continuará trabalhando com as autoridades para investigar e resolver o problema.

    Logo após descobrir a violação na sexta-feira (10), a empresa tomou a decisão de desligar seus sistemas, de acordo com o coordenador nacional de segurança cibernética, Darren Goldie.

    Os seus portos foram incapacitados de movimentar mercadorias, com a carga acumulando rapidamente e “lotando” suas instalações, disse Goldie numa entrevista à emissora australiana ABC na segunda-feira.

    Liderando a resposta do governo australiano ao incidente, Goldie disse que a empresa manteve a capacidade de recuperar certas cargas sensíveis e continuar a movimentar algumas cargas que ficaram paradas.

    Mas os sistemas por trás da sua “tecnologia operacional, que permite que o porto real funcione”, foram desligados, observou o coordenador.

    Na manhã de segunda-feira, as autoridades não sabiam quem estava por trás do ataque e estavam focadas em ajudar a empresa a retomar suas operações, segundo Goldie.

    A Polícia Federal Australiana disse à CNN na segunda-feira que estava investigando o incidente, mas se recusou a comentar mais.

    Em uma postagem feita no domingo (12) no X, a ministra australiana de Assuntos Internos, Clare O’Neil, chamou o incidente de “um lembrete do sério risco que os ataques cibernéticos representam para o nosso país e para a infraestrutura vital de que todos dependemos”.

    Veja também: Entenda como funcionam os ataques cibernéticos

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