Por gasolina e energia, inflação acelera a 0,36% em julho; maior valor em 4 anos
Já em comparação ao mês de junho, o aumento foi de 0,10 ponto percentual. No acumulado do ano, o indicador é de 0,46%, enquanto nos últimos 12 meses é de 2,31%
A inflação oficial brasileira, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou em julho e registrou o maior patamar para o mês desde 2016. É o que mostra os dados publicados pelo IBGE na manhã desta sexta-feira (07). Segundo a instituição, em julho, a inflação ficou em 0,36%, influenciado, principalmente, pelos valores da gasolina e da energia elétrica, dois itens de maior impacto no mês e que passaram por reajuste recentemente. Em junho de 2019, a taxa havia sido de 0,19%.
Quando comparado com o mês anterior, a inflação segue em ritmo crescente, com um aumento de 0,10 ponto percentual. No acumulado do ano, o indicador é de 0,46%, enquanto nos últimos 12 meses é de 2,31%.
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A alta vem em linha com a retomada das atividades após as medidas de isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus. No mês de julho, atividades como bares, restaurantes e escritórios já operavam com a reabertura – mesmo que parcial. Entretanto, os maiores pesos na inflação do mês foram exercidos por gasolina e energia elétrica devido a reajustes de preços.
Nesse caso, a gasolina teve o maior impacto individual no índice ao subir 3,42%, levando o grupo Transportes a acelerar a alta para 0,78%, de 0,31% em junho.
“A gasolina continua revertendo o movimento que teve nos meses de abril e maio. Já havia subido em junho e voltou a subir em julho. Além disso, houve uma queda menos intensa das passagens aéreas em comparação com maio e junho”, detalha Pedro Kislanov, gerente da pesquisa.
Já os preços de óleo diesel (4,21%), etanol (0,72%) e gás veicular (0,56%) também aumentaram, levando o grupo dos combustíveis a uma alta de 3,12% em julho.
Em relação aos custos de Habitação, a alta foi de 0,80% em julho após variação positiva de 0,04% no mês anterior, em razão principalmente da alta de 2,59% da energia elétrica, como reflexo de reajustes em várias capitais.
Com importante peso no bolso do consumidor, o grupo Alimentação e bebidas teve variação positiva de apenas 0,01%, com aumento nos preços de carnes, mas forte queda em batata inglesa.
As expectativas em pesquisa da Reuters eram de aumento de 0,35% na variação mensal, acumulando em 12 meses acréscimo de 2,31%.Para o Banco Safra, a projeção de alta para o mês era de 0,26%.
Selic
Na última quarta-feira (05), o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou novo corte de 0,25% ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic. Em sua nona redução consecutiva, a Seli caiu de 2,25% ao ano para a nova mínima histórica, de 2% ao ano.
“O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2021 e, em grau menor, o de 2022”, disse em comunicado à imprensa.
No cenário em que utiliza câmbio fixo e juros do mercado financeiro, o Copom mudou a projeção do IPCA em 2020 de 2% para 1,9%. O valor está abaixo da meta, que, neste ano, tem centro em 4%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo – ou seja, pode variar entre 2,5% a 5,5%.
Já no relatório promovido pelo mercado e divulgado pelo Banco Central, o Boletim Focus, trouxe, no início desta semana, a projeção de uma Selic a 2% até o final de 2020 e uma inflação de 1,63%.
(Com Reuters)
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