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    População de 1,4 bilhão da China não preencheria todas as casas vazias, diz ex-funcionário do governo

    Setor imobiliário do país asiático, que já foi o pilar de sua economia, despencou desde 2021

    Reuters

    Mesmo a população de 1,4 bilhão de habitantes da China não seria suficiente para preencher todos os apartamentos vazios espalhados pelo país, disse um ex-funcionário de um departamento do Estado no sábado (23), em uma rara crítica pública ao mercado imobiliário atingido pela crise do país.

    O setor imobiliário da China, que já foi o pilar da economia, despencou desde 2021, quando o gigante do setor imobiliário China Evergrande Group deixou de pagar suas obrigações de dívida após uma restrição a novos empréstimos.

    Incorporadoras de grande nome, como a Country Garden Holdings, continuam à beira da inadimplência até hoje, mantendo o sentimento de depressivo nos compradores de imóveis.

    No final de agosto, a área útil combinada de casas não vendidas era de 648 milhões de metros quadrados, segundo os dados mais recentes do National Bureau of Statistics (NBS).

    Isso equivaleria a 7,2 milhões de residências, de acordo com os cálculos da Reuters, com base no tamanho médio das residências de 90 metros quadrados.

    Isso sem contar os inúmeros projetos residenciais que já foram vendidos, mas ainda não foram concluídos devido a problemas de fluxo de caixa, ou as várias casas compradas por especuladores na última recuperação do mercado em 2016 que permanecem vagas, que juntas constituem a maior parte do espaço não utilizado, estimam os especialistas.

    “Quantas casas vagas existem atualmente? Cada especialista dá um número muito diferente, com o mais extremo acreditando que o número atual de casas vagas é suficiente para 3 bilhões de pessoas”, disse He Keng, 81 anos, ex-vice-chefe do departamento de estatísticas.

    “Essa estimativa pode ser um pouco exagerada, mas 1,4 bilhão de pessoas provavelmente não conseguirão ocupá-las”, disse He em um fórum na cidade de Dongguan, no sul da China, de acordo com um vídeo divulgado pela mídia oficial China News Service.

    Sua visão negativa do setor economicamente significativo em um fórum público contrasta fortemente com a narrativa oficial de que a economia chinesa é “resiliente”.

    “Todos os tipos de comentários que preveem o colapso da economia chinesa continuam surgindo de vez em quando, mas o que entrou em colapso foi essa retórica, não a economia da China”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores em uma recente coletiva de imprensa.

    Veja também: China restringe exportação de metais essenciais para fabricação de chips

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