Política de juros do BCE ameaça euro, diz grupo empresarial alemão
O BCE disse no mês passado que não aumentaria os custos dos empréstimos até ver a inflação atingir sua meta de 2%
A decisão do Banco Central Europeu (BCE) de manter as taxas de juros em mínimas recordes por ainda mais tempo para impulsionar a lenta inflação ameaça a estabilidade monetária do bloco de 19 membros, disse um grupo empresarial conservador alemão nesta segunda-feira (2).
O BCE disse no mês passado que não aumentaria os custos dos empréstimos até ver a inflação atingir sua meta de 2% no meio de seu horizonte de previsão, que atualmente se estende até 2023 e é estendido por um ano a cada dezembro.
“O aumento das taxas de inflação é um sinal de alerta preocupante”, disse Wolfgang Steiger, secretário-geral do CDU Wirtschaftsrat, um grupo empresarial de 12 mil membros próximo à União Democrata-Cristã, da chanceler Angela Merkel.
Os conservadores alemães têm se oposto à política monetária expansiva do BCE e demandado aumentos nas taxas de juros.
A inflação na zona do euro ficou abaixo da meta do BCE na maior parte da última década, mesmo com os juros reduzidos para mínimas recordes e medidas de estímulo.
“É um sinal fatal que os bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa tenham alcançado novas margens reformulando suas estratégias de taxas de juros, mantendo taxas de juros zero e negativas por mais tempo e vivendo com taxas de inflação mais altas”, acrescentou Steiger.