Podemos ter novos choques no preço do petróleo até fim do ano, diz especialista
Virginia Parente, economista e professora da USP, afirma que os preços do combustível devem continuar altos até o primeiro tri de 2022, mas depois deve haver recuo
Em entrevista à CNN, Virginia Parente, economista e professora da USP, afirma que o Brasil “pode experimentar novos choques sobre o petróleo” a curto prazo.
“Em um médio e longo prazo, a tendência é que haja estabilização. Eventualmente um declínio depois do primeiro trimestre do ano que vem, mas até lá podemos ter mais aumentos até o fim do ano”, diz.
A professora explica que o recuo é vislumbrado caso a situação interna no país fique mais estável, pois isso melhoraria o câmbio e ajudaria o país a ficar em uma situação mais confortável.
Parente diz que a entrada de outras formas de combustíveis no mercado interno também é bem vista, especialmente se tratando de carvão e gás natural.
“É muito importante que nós tenhamos um mercado de gás no Brasil, sobretudo porque temos o pré-sal, que além do petróleo tem muito gás natural”, comenta.
Segundo a especialista, esses combustíveis sofrem com problemas de oferta no mundo atualmente. O carvão, por ser o combustível fóssil mais poluente, enfrenta restrições em vários países.
“A entrada desses outros combustíveis reduziria a pressão sobre o petróleo no mundo”, afirma.
Virginia Parente também discorreu sobre a influência do governo na Petrobras. Apesar de dizer que uma administração federal possui tentação de fazer com que a estatal siga suas diretrizes, existem mecanismos que não permitem este tipo de controle.
“O governo que estiver no poder pode definir a Presidência e o conselho, mas várias amarrações de governanças fazem com que ele não tenha controle total na política da empresa”, conclui.