PIB brasileiro cairá 5% em 2020, prevê Banco Mundial
Para economia da América Latina e Caribe, expectativa é de contração de 4,6%
O Banco Mundial prevê que a economia brasileira vai encolher 5% neste ano, divulgou a insituição neste domingo (12). Para toda a região da América Latina e Caribe, a retração esperada é um pouco menor, de 4,6%.
Para o ano que vem, a estimativa do Banco Mundial é de avanço de 1,5% do PIB brasileiro, seguido por crescimento de 2,3% em 2022. A perspectiva também é mais tímida que a calculada para a América Latina e Caribe, que deve crescer na média 2,6% tanto em 2021 quanto em 2022.
A forte contração prevista para a economia brasileira este ano contrasta com o cálculo oficial do governo, que ainda é de crescimento zero. No entanto, autoridades da equipe econômica como o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já têm admitido que o desempenho deve ficar no terreno negativo.
Mansueto chegou a dizer que qualquer estimativa neste momento seria um chute, dadas as enormes incertezas sobre o impacto e a duração do surto da doença do novo coronavírus.
Apoio a empregos e mais vulneráveis
Em seu relatório “A Economia nos Tempos da COVID-19”, o Banco Mundial ressaltou que políticas devem ser adotadas em “diversas frentes” para apoio aos mais vulneráveis e proteção de empregos, e também para evitar uma crise financeira em meio às medidas de isolamento social que têm sido tomadas para refrear as infecções.
O Banco Mundial ressaltou que muitos países da região estão enfrentando a crise com espaço fiscal limitado, em economias marcadas por níveis mais elevados de informalidade. Também lembrou que os países exportadores de commodities, como o Brasil, devem sofrer pela drástica queda de demanda no mundo provocada pela pandemia do novo coronavírus.
“Muitas famílias vivem ‘da mão para a boca’ e não dispõem de recursos para suportar os bloqueios e quarentenas necessários para conter a propagação da pandemia”, afirmou a entidade, apontando para a necessidade de extensão dos programas de assistência social.
“Ao mesmo tempo, os governos terão que arcar com grande parte do prejuízo. Socializar esse prejuízo pode exigir a aquisição de participação em instituições do setor financeiro e empregadores estratégicos por meio de recapitalização. Esse apoio será essencial para preservar os empregos e possibilitar a recuperação”, acrescentou.
Na visão do Banco Mundial, esse processo deve ser feito com transparência, através de acordos sólidos para administração dos ativos recém-adquiridos.
*Com Reuters