Pfizer agita mercados; no Brasil, comércio, PEC dos Precatórios e Copom são foco
Divulgação da farmacêutica sobre proteção contra variante Ômicron e dados do IBGE sobre comércio varejista em outubro são destaques do cenário econômico desta quarta-feira (8)
Os mercados começaram esta quarta-feira (8) de olho no anúncio da Pfizer de que uma terceira dose do imunizante seria capaz de neutralizar a variante Ômicron, que fez balançar o cenário financeiro nas últimas semanas.
Na véspera, os índices americanos S&P e Nasdaq tiveram as maiores altas desde março deste ano e hoje continuavam no campo positivo.
Os futuros americanos acompanham o momento e seguem em ascensão, após as notícias que confirmam que os riscos da cepa Ômicron são menos preocupantes que o pensado inicialmente em pessoas vacinadas.
Na Europa, as bolsas apresentam direção mista e têm correção depois de fortes altas, enquanto na Ásia as bolsas subiram em meio a um clima de recuperação global.
Brasil
No país, por volta das 10h40 (horário de Brasília), a moeda americana tinha leve queda de 0,1% ante o real, cotada a R$ 5,6072. Já o Ibovespa caía 0,13%, aos 107.418 pontos.
As atenções se voltam para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Segundo uma pesquisa da XP Investimentos, a expectativa de 97% dos investidores institucionais é de aumento de 1,5% da taxa Selic, passando de 7,75% para 9,25%.
Já para a reunião de fevereiro, as respostas são mais dispersas: 57% dos entrevistados dizem esperar uma outra alta de 1,5%, enquanto 30% acreditam que o Copom deve desacelerar o ritmo e manter a alta a, no máximo, 1%.
O provável aumento desta quarta-feira não deve gerar nenhuma surpresa. Os investidores ficam, portanto, atentos aos sinais do comunicado do Banco Central.
Para Nicolas Borsói, da Nova Futura, o comunicado deve ser mais hawkish – com um tom mais duro do BC, sinalizando uma alta similar da Selic no próximo encontro. Com a piora da economia, porém, Borsoi não descarta que o Copom inclua trechos sugerindo um ciclo de alta suavizado.
Na esfera política, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fecharam um acordo sobre a PEC dos Precatórios na noite de ontem.
Os pontos em comum devem ser promulgados hoje, abrindo um espaço de R$ 60 bilhões no orçamento. Os pontos alterados devem seguir com uma outra PEC, que já tramitou pela Câmara, e ir direto para votação em plenário na próxima terça-feira (13).
O ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou ontem que é de conhecimento geral seu favorecimento à privatização de estatais. O presidente Jair Bolsonaro (PL), por outro lado, falou que a venda dos Correios, da Eletrobras e de subsidiárias que não são o negócio central do governo está autorizada. A Petrobras não figura na lista de privatizações no primeiro mandato.
Agenda do dia
Em dados divulgados nesta manhã, as vendas no varejo tiveram leve queda de 0,1% em outubro, abaixo da expectativa do mercado – que aguardava alta de 0,8%.
Apesar de ser a terceira taxa negativa seguida, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) afirmou que há estabilidade em campo negativo. O IBGE também destacou que os supermercados, que puxaram a alta do setor, tiveram queda no mês.
Com estes resultados, o varejo ficou 6,4% abaixo do patamar recorde, registrado em outubro de 2020. Neste ano, o setor tem alta acumulada de 2,6%.
No Brasil, os dados de fluxo cambial devem ser divulgados hoje, às 14h30, enquanto o Copom deve divulgar os resultados às 18h. No exterior, dados de oferta de emprego nos Estados Unidos e estoques de petróleo também estão na agenda.