PF vai investigar servidor que acessou dados de desafetos de Bolsonaro
Informações teriam sido acessadas por Ricardo Pereira Feitosa, chefe da inteligência da Receita Federal, em 2019
A Polícia Federal vai investigar a quebra do sigilo de dados de desafetos do ex-presidente Bolsonaro. As informações teriam sido acessadas por Ricardo Pereira Feitosa, chefe da inteligência da Receita Federal, em 2019.
Interlocutores da Receita Federal informaram que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está convencido de que é necessário demitir o servidor após conclusão das apurações. Haddad pontuou, no entanto, que não tomará a decisão de maneira açodada e que respeitará o rito legal do processo.
A demissão de Ricardo Pereira Feitosa é recomendada após uma sindicância interna concluir que Feitosa acessou e copiou dados sigilosos fiscais. A informação foi revelada pela Folha de S. Paulo e confirmada à CNN por fontes do governo.
A Receita Federal abriu um processo administrativo disciplinar e também apura declaração do corregedor João José Tafner. Ele teria sofrido pressão interna do ex-comando do Fisco para arquivar processo contra Feitosa. A Corregedoria da Fazenda apura o caso a pedido do secretário Robinson Barreirinhas.
Em nota divulgada nesta quarta-feira, a Receita diz que, “em reunião realizada em 03/01/2023, houve relato de fatos e eventos que podem, em tese, configurar ilícito a ser devidamente apurado”. Segundo o órgão, o relato foi registrado em ata da reunião.
A Receita nega, porém, que “houve qualquer pressão do atual comando da Receita Federal para renúncia do mandato do Corregedor”, e que “não consta tampouco qualquer juízo quantos aos fatos e eventos relatados”.
“A ata foi enviada para a Corregedoria do Ministério da Fazenda, e é, por ora, sigilosa por conter fatos que podem vir a integrar procedimento correcional”.
A CNN ainda aguarda um posicionamento de Ricardo Pereira Feitosa.