Petróleo sobe mais de 6%, com guerra e temor por queda na oferta de commodities
Nesse cenário, a Fitch Ratings aumentou a previsão para os preços de petróleo para 2022 e 2023
Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta de mais de 6% hoje, estendendo ganhos da sessão anterior. O preço do óleo foi beneficiado pela continuidade do conflito na Ucrânia e o consequente temor de restrições na oferta de commodities vindas da Rússia.
Além disso, investidores acompanharam os desdobramentos dos ataques a instalações petrolíferas na Arábia Saudita, durante o fim de semana.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para maio fechou em alta de 6,67% (US$ 6,88), a US$ 109,97. Enquanto isso, o do Brent para maio subiu 7,12% (US$ 7,69), na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 115,62.
O petróleo já operava em alta de mais de 3% na madrugada, diante da falta de avanços concretos nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia e ataques na Arábia Saudita.
Mais tarde, os contratos futuros aceleraram altas, após informação da agência Tass de que as autoridades russas estão explorando a possibilidade de impor uma proibição às exportações de urânio do país.
“Esta questão também está na agenda, está sendo estudada”, disse o vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak. Ele também destacou que os preços do petróleo podem chegar a US$ 300 por barril se a commodity russa for evitada pelo Ocidente.
O Commerzbank destaca que umas das razões do recente aumento do petróleo é o fato da União Europeia (UE) estar considerando a proibição de importações de petróleo da Rússia. O Alto Representante da UE, Josep Borrell, afirmou que serão discutidas novas possibilidades de sanções à Rússia no encontro de hoje, inclusive ao setor de energia.
Nesse cenário, a Fitch Ratings aumentou a previsão para os preços de petróleo para 2022 e 2023. Segundo a agência de risco, foram levados em conta os riscos significativamente maiores de interrupções no fornecimento do óleo russo e a intenção da Europa e de alguns países não europeus de reduzir sua dependência do combustível de Moscou.
Além disso, após pedidos do governo dos Estados Unidos e de outros países para aumentar a produção de petróleo e ajudar a conter o aumento dos preços após a guerra, os executivos de companhias produtoras de gás de xisto apontaram vários gargalos que limitam sua capacidade de aumentar a produção rapidamente este ano, incluindo questões da cadeia de suprimentos, cautela de investidores e limites para seu estoque de perfuração restante.
“Se a produção e as exportações de petróleo da Rússia forem reduzidas na ordem de dois milhões a três milhões de barris por dia, a resposta do xisto é uma mangueira de jardim tentando encher uma piscina olímpica”, disse o presidente da petroleira Diamondback, Kaes Van’t Hof.
*Com informações da Dow Jones Newswires