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    Petróleo fecha em leve alta, com queda de estoques, sanções à Rússia e dólar

    Embargo completo ou parcial sobre as importações de petróleo russo teria um "impacto significativo" sobre os preços

    Letícia Simionato, do Estadão Conteúdo

    Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta nesta quarta-feira (27), em uma sessão marcada pela volatilidade. O óleo, apesar de ser pressionado pela alta do dólar, conseguiu avançar depois da divulgação da queda de estoques de gasolina e destilados nos Estados Unidos.

    Além disso, o mercado acompanhou as sinalizações da Alemanha de cortar a importação da commodity russa, enquanto digere a decisão de Moscou de proibir o fornecimento de gás à Polônia e Bulgária.

    O petróleo WTI para junho fechou em alta de 0,31% (US$ 0,32), a US$ 102,02 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mês de julho subiu 0,32% (US$ 0,34), a US$ 104,95 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

    Durante a manhã, o petróleo acelerou queda, em meio ao fortalecimento do dólar no exterior. Enquanto isso, investidores seguiram de olho na decisão da estatal russa Gazprom de suspender o fornecimento de gás para Polônia e Bulgária.

    A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, acusou a Rússia de usar o gás como “instrumento de chantagem”. Ela garantiu que o bloco está preparado para o cenário de interrupção da oferta e busca alternativas para mitigar os efeitos da medida russa.

    O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) acredita que a União Europeia manterá na pauta medidas contra o setor energético da Rússia. Um embargo completo ou parcial sobre as importações de petróleo teria um “impacto significativo” sobre os preços e poderia elevar o preço do barril do Brent para cerca de US$ 200, projeta o IIF.

    De acordo com a Reuters, o ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, pretende facilitar a criação de um embargo ao petróleo da Rússia por parte da União Europeia. O ministro tenta negociar com a Polônia a possibilidade de se tornar o novo fornecedor de petróleo, no lugar da Rússia.

    Por outro lado, segundo Anton Siluanov, ministro das Finanças russo, a produção de petróleo de Moscou pode diminuir em 17% neste ano por causa das sanções impostas por países do Ocidente.

    Mais tarde, o óleo passou a ganhar força depois da divulgação dos dados de estoques do Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos. O relatório mostrou que os estoques de gasolina recuaram acima do previsto por analistas, o que indica demanda firme.

    De acordo com Edward Moya, da Oanda, foi um dia agitado para os agentes do setor, com muito para digerir, “mas a principal conclusão é que os preços do petróleo provavelmente permanecerão acima do nível de US$ 100 o barril, desde que o dólar não tenha outro rali maciço”.

    Para o TD Securities, o petróleo oscila entre ganhos e perdas desde que a Rússia cortou os fluxos de gás natural para a Polônia e a Bulgária, o que intensificou a já profunda crise de energia na Europa e inclinou ainda mais a demanda por produtos petrolíferos.

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