Petróleo fecha em forte baixa de 4%, com foco em riscos à demanda e dólar forte
Contrato do WTI para agosto fechou em baixa de 4,16% (US$ 3,02), em US$ 69,51 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex)
Os contratos futuros de petróleo registraram queda, nesta quinta-feira (22). O sinal já era negativo no início do dia, mas as baixas se aprofundaram ao longo da sessão, com foco em riscos à demanda, com a perspectiva de atividade global mais fraca.
O fortalecimento do dólar também contribuiu para o movimento, em dia de mais declarações que sugerem alta de juros à frente pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell. No setor, dados mistos do relatório semanal de estoques dos EUA, divulgado pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês), não alteraram o quadro.
O contrato do WTI para agosto fechou em baixa de 4,16% (US$ 3,02), em US$ 69,51 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para setembro recuou 3,61% (US$ 2,79), a US$ 74,35 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
A commodity já exibia sinal negativo na madrugada, revertendo ganhos da sessão anterior. Em dia de feriado com mercados fechados na China, temores sobre a demanda adiante voltaram a pesar.
A expectativa é de desaceleração global, reforçada pelo aperto monetário conduzido para conter a inflação elevada em grande parte do mundo. Nos EUA, o presidente do Fed voltou a prometer mais altas adiante, caso o cenário se mantenha.
O ANZ destaca o fato de que mesmo uma reação recente na demanda da China e cortes na oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) não foram o suficiente para elevar os preços da commodity.
Segundo o banco, aumentos na oferta de outras nações devem estar pesando no quadro.
Para o ANZ, sanções contra a Rússia até agora não afetaram muito a oferta no mercado internacional de petróleo, enquanto as exportações de Irã e Venezuela “têm sido surpreendentemente fortes”, e mesmo os cortes na oferta da Opep+ não reduziram a oferta no nível combinado.
O ANZ acredita que os fundamentos ainda apontam para quadro mais apertado futuro nos mercados, mas os sinais macroeconômicos contêm os preços no curto prazo.
O TD Securities, por sua vez, diz esperar um aperto “notável” no mercado de petróleo nos próximos meses. Segundo esse banco, mais do que as preocupações com demanda da China, a fraqueza atual dos preços revela uma oferta ainda abundante, ao menos por enquanto.
Na agenda de indicadores, os estoques de petróleo dos EUA recuaram 3,831 milhões de barris na semana encerrada no dia 16, quando analistas previam queda de 100 mil barris.
Já os estoques de gasolina e destilados cresceram, enquanto a produção média diária de petróleo caiu, de 12,4 milhões de barris na semana anterior a 12,2 milhões na mais recente.