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    Petróleo fecha em baixa de 5%, com expectativa para reunião do Fed e temores sobre setor bancário

    Na New York Mercantile Exchange (Nymex), petróleo WTI para junho caiu 5,29% (-US$ 4,00), a US$ 71,66 por barril, o fechamento mais baixo para um contrato com vencimento no próximo mês desde 24 de março deste ano

    Laís Adriana*, do Estadão Conteúdo

    O petróleo fechou em queda de cerca de 5%, estendendo perdas e se aproximando do nível de US$ 70 o barril, à medida que as novas turbulências do setor bancário dos Estados Unidos intensificam temores sobre uma possível recessão.

    Além disso, investidores estão em compasso de espera pela reunião monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que deve elevar os juros básicos em 25 pontos-base, segundo analistas consultados pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

    Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para junho caiu 5,29% (-US$ 4,00), a US$ 71,66 por barril, o fechamento mais baixo para um contrato com vencimento no próximo mês desde 24 de março deste ano, de acordo com o Dow Jones Market Data.

    O Brent para julho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 5,03% (-US$ 3,99), a US$ 75,32 por barril. Ambos os contratos de petróleo tiveram a maior queda porcentual em um único dia desde 4 de janeiro deste ano e atingiram o menor nível das últimas cinco semanas.

    Analista da Oanda, Edward Moya aponta que o apetite por risco “não teve vez” em Nova York, enquanto o mercado focava em incertezas sobre os bancos regionais, probabilidade crescente de recessão e riscos também crescentes de que os Estados Unidos possam entrar em default no próximo mês.

    Especificamente para o petróleo, estes pontos teriam criado uma “zona de perigo”.

    “O petróleo basicamente tem perspectivas de enfraquecimento das duas maiores economias do mundo, China e EUA, e se o cenário macro se deteriorar, a venda dinâmica pode facilmente enviar os preços abaixo do nível de US$ 70”, avalia Moya.

    Nesta terça, investidores acompanharam os desdobramentos de novas turbulências no setor bancário, apesar do arrefecimento do estresse envolvendo o First Republic Bank, após a compra da instituição pelo JP Morgan.

    Ações do setor operam em queda em Wall Street, com pressão maior sobre os bancos Western Alliance Bancorp e PacWest. Ainda, o mercado digere dados demonstrando desaceleração do mercado de trabalho e da indústria dos EUA, que reforçam a perspectiva de enfraquecimento da economia.

    “Todos os fatores pessimistas estão alinhados agora, e isso está causando o declínio do petróleo”, afirma o diretor-gerente da Tortoise, Rob Thummel.

    Já a Rystad Energy analisa que a expectativa de maior aperto monetário do Fed tem sido um fator para o recuo do petróleo na última semana.

    Em relatório, a consultoria de energia projeta que qualquer sinal de um ciclo restritivo dos juros por mais tempo “traz mais riscos de queda para os preços do petróleo no curto prazo”.

    Novas altas nas taxas poderiam elevar a pressão sobre o setor bancário e “contribuir para um sentimento de baixa em geral no mercado financeiro”, afetando também os preços do óleo.

    No radar, o ministro do petróleo do Irã, Javad Owji, comentou que a produção do óleo no país aumentou para mais de 3 milhões de barris por dia nos últimos 20 meses, informou a agência de notícias afegã Shana.

    Owji ainda lamentou a falta de investimentos suficientes na indústria nacional de petróleo e gás e afirmou que suas atuais capacidades de produção não são proporcionais às suas reservas recuperáveis.

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