Petróleo fecha em alta, mas reduz ganhos após Arábia Saudita anunciar cortes na produção
Contrato do WTI para julho fechou em alta de 0,57% (US$ 0,41) a US$ 72,15 por barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex)
Os contratos mais líquidos do petróleo fecharam em alta, porém, reduziram os fortes ganhos registrados nesta segunda-feira (5), após a Arábia Saudita anunciar cortes voluntários adicionais em sua produção do óleo. Investidores digerem as divergências entre membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e incertezas do cenário econômico global.
O contrato do WTI para julho fechou em alta de 0,57% (US$ 0,41) a US$ 72,15 por barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto subiu 0,76% (US$ 0,58), a US$ 76,71 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O petróleo abriu a sessão ganhando mais de 2% em seus contratos mais líquidos. Contudo, os contratos reduziram ganhos à medida que investidores digeriram notícias sobre as divergências na decisão da Opep+ e dados do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto e de serviços das principais economias.
Neste final de semana, a Opep+ informou que manteria os cortes produtivos previamente anunciados até 2024. Porém, a Arábia Saudita, produtor dominante do cartel, anunciou que cortaria voluntariamente mais 1 milhão de barris por dia (bpd) de petróleo, em uma tentativa de controlar novamente os preços do mercado.
Além disso, a Bloomberg reportou hoje que houve grande pressão dos líderes do grupo para que países da África entregassem cotas não usadas de produção para os Emirados Árabes, a fim de equilibrar a meta da Opep+.
Na análise do Julius Baer, as incertezas sobre a política internacional do petróleo devem permanecer um “elemento central”, porque vários fatores podem minar a coesão das nações petrolíferas. O banco também avalia que os últimos ajustes não alteram as tendências de preços já estabelecidas no mercado de energia.
Analista da Oanda, Edward Moya observa que os sauditas estão “praticamente oferecendo sua parte do mercado”, o que seria uma estratégia de pouco fôlego no longo prazo. Segundo ele, os preços do óleo devem receber suporte em breve, entretanto, será pelo lado da demanda.
“A economia dos EUA está prestes a apresentar uma temporada de viagens de verão muito robusta, o que deve significar uma demanda muito forte por gasolina e combustível de aviação. A situação da demanda da Ásia não pode ser tão ruim se os sauditas também conseguem aumentar os preços”, afirmou Moya.
Já o chefe da Agência Internacional de Energia (IEA), Fatih Birol, disse nesta segunda à Reuters que a chance de preços mais altos do petróleo aumentou acentuadamente seguindo o novo pacto da Opep+ para limitar a oferta.
Em relatório, O TD Securities projeta que a tendência de alta do petróleo deve se abastecer após os petróleos WTI e Brent voltarem a atingir a marca de US$ 75 o barril e US$ 79 o barril, respectivamente.