Petróleo fecha em alta, com possível embargo da UE às importações russas
Proibição será imposta às importações até o final do ano
Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira (2) em sessão na qual os desdobramentos de um possível embargo da União Europeia aos hidrocarbonetos russos foram observados. Os ministros de energia dos estados membros se reuniram em Bruxelas para discutir o tema e possíveis ações nesta segunda-feira.
Por outro lado, indicadores na China registraram uma desaceleração na atividade industrial, em especial pelo impacto das medidas para tentar conter a covid-19, o que pressionou a commodity por conta das repercussões para a demanda.
O petróleo WTI para junho fechou em alta de 0,46% (US$ 0,48), A US$ 105,17 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mês de julho subiu 0,41% (US$ 0,44), a US$ 107,58 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O petróleo chegou a recuar, queda dos preços que veio em resposta aos dados econômicos chineses decepcionantes que foram publicados no fim de semana, aponta o Commerzbank. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de abril no país medido pela S&P Global teve a pior marca em 20 meses.
Por outro lado, existem os riscos contínuos de fornecimento, que afetam particularmente as exportações de petróleo da Rússia, afirma o banco alemão. A UE parece estar caminhando para um embargo de petróleo, e dois diplomatas do bloco anunciaram que parece que uma proibição será imposta às importações até o final do ano, indica a análise.
É improvável que uma decisão seja tomada nesta segunda-feira, já que vários países que dependem fortemente dos embarques de petróleo russos, como Áustria, Hungria, Itália e Eslováquia, ainda têm reservas ao tema, aponta o Commerzbank.
A Alemanha agora abandonou sua oposição porque conseguiu reduzir sua dependência das importações de petróleo russo para 12%.
No início deste ano, os países europeus estavam importando aproximadamente 4,7 milhões de barris de petróleo bruto e derivados por dia dos países da antiga União Soviética, segundo a Associação Internacional de Energia (AIE), e a maior parte disso provavelmente veio da Rússia, afirma o banco alemão.
A comissária para Energia na União Europeia, Kadri Simon, afirmou que o “pagamento em rublos russos através do mecanismo administrado pelas autoridades públicas russas e uma segunda conta dedicada no Gazprombank são violações às sanções e não podem ser aceitas”. A observação foi feita nesta segunda-feira em coletiva de imprensa, após o encontro entre os ministros de energia da UE, em Bruxelas.