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    Petróleo fecha em alta, apoiado por queda inesperada de estoques nos EUA

    Possibilidade de sanções à Rússia, produção abaixo do estimado da Opep+ e novas tempestades de inverno no Texas são potenciais causas do aumento

    Gabriel Caldeira, do Estadão Conteúdo

    O petróleo encerrou a sessão desta quarta-feira (9) com ganhos, apoiado pelo recuo dos estoques do óleo nos Estados Unidos, que contrariou a expectativa de analistas e apontou para uma demanda forte.

    Ao mesmo tempo, sinais de que a variante Ômicron do coronavírus está aos poucos deixando de ser uma preocupação global também deram tração aos contratos, enquanto a negociação pela retomada do acordo nuclear pesou sob o óleo mais cedo.

    Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para março fechou em alta de 0,34% (US$ 0,30), a US$ 89,66, enquanto o do Brent para o mês seguinte avançou 0,85% (US$ 0,77), a US$ 91,55, na Intercontinental Exchange (ICE).

    “Com os estoques de petróleo dos EUA em Cushing abaixo de 30 milhões de barris e o total de produtos petrolíferos em tanques caindo para o menor nível desde 2015, não é surpresa ver o WTI acima de US$ 90 novamente”, diz o TD Securities, em relatório enviado a clientes.

    Apesar do contrato mais líquido em Nova York não ter mantido o nível citado pelo banco, a queda nos estoques americanos na semana passada foi o principal catalisador da alta desta quarta.

    Com a forte demanda global e os estoques em níveis muito baixos, qualquer notícia que ameace a oferta de petróleo deve elevar ainda mais os ganhos da commodity, diz o banco, que cita a possibilidade de sanções à Rússia, produção abaixo do estimado da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e novas tempestades de inverno que atrasem a produção no Texas como potenciais causas que levarão o petróleo à marca de US$ 100 o barril.

    Em relatório, a Capital Economics diz que a queda dos estoques na última semana se deve a uma demanda robusta nos EUA, que deve, porém, enfraquecer ao longo de 2022 por conta da desaceleração da economia americana.

    A casa cita ainda que os mercados ainda não precificaram uma oferta maior pelo Irã, caso as negociações pelo acordo nuclear avancem.

    Nesta quarta, o negociador da Rússia pelo acordo, Mikhail Ulyanov, teve reunião com a sua contraparte da União Europeia (UE), Enrique Mora.

    “Concordamos na necessidade de intensificar as negociações e buscar formas e meios criativos para resolver as questões pendentes restantes para pavimentar o caminho para a restauração do acordo nuclear”, escrever Ulyanov em postagem no Twitter.

    Como outro fator de alta, Rystad Energy também menciona em relatório a queda dos casos de covid-19 em meio à onda provocada pela variante Ômicron.

    “A queda das infecções está estimulando o retorno à normalidade na maioria dos países, aumentando a demanda no que geralmente é uma queda mais fraca no início do inverno e gerando expectativas de que talvez o mundo possa retornar aos níveis de demanda anteriores à pandemia mais cedo do que o esperado”, diz a casa.

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