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    Petróleo em baixa estabiliza preço das passagens aéreas, diz CEO da Latam

    Jerome Cadier destacou a importância do câmbio e do combustível baixo para passagens aéreas mais atrativas e falou sobre a perspectiva de concorrência do setor no próximo ano

    Fabrício Juliãodo CNN Brasil BusinessElis Francoda CNN , em São Paulo

    O CEO da Latam, Jerome Cadier, afirmou à CNN Brasil que a redução do preço do querosene de aviação provocou uma estabilização no valor das passagens aéreas, apesar de elas ainda estarem com preços altos em razão do combustível.

    “Depois de uma subida muito forte, vimos nas últimas cinco semanas uma estabilidade maior, o que fez com que o preço das passagens também estabilizasse. Eu espero que a gente veja daqui para frente um câmbio também mais estável e um petróleo na baixa. Nós sofremos com o preço do petróleo e do refino, que também subiu muito. O patamar de preços hoje está muito alto, mas está proporcional ao combustível”, disse ao diretor do CNN Brasil Business, Fernando Nakagawa.

    Segundo Cadier, é preciso que o combustível caia mais para que o setor aéreo consiga estimular a recuperação para níveis de viagens pré-pandemia. “A gente quer muito voar o quanto a gente voava antes, mas, para isso, a passagem precisa reduzir, e o petróleo ficar mais barato”, declarou.

    Outro tema analisado pelo CEO da Latam foi a regra da bagagem gratuita. Para ele, trata-se de uma discussão “pouco relevante” ao compara-lá com outros tópicos que poderiam reduzir, de fato, os preços das passagens.

    “A minha perspectiva sobre isso é que, realmente, se a regra da bagagem voltar a ser alterada aqui no Brasil, vamos ter menos apetite de empresas querendo entrar no mercado doméstico brasileiro. Isso acaba afetando a competitividade no mercado brasileiro a longo prazo e deve ser considerado”, disse.

    “Muito da discussão sempre foi sobre o preço, mas a verdade é que quando você tem combustível e câmbio com tamanha representatividade nos custos de uma companhia aérea, transportar ou não a mala não vai fazer o preço médio variar significativamente. Ele fica pequeno comparado a 60% da tarifa atrelada ao dólar ou 35%, 40% atrelada ao combustível, são variações muito grandes. Então, todo mundo ficou discutindo um tema que é pouco relevante”, acrescentou.

    Por fim, ao ser questionado sobre possíveis parcerias futuras entre as empresas de aviação do país, Jerome Cadier afirmou que deseja mais competitividade no mercado aéreo brasileiro, com perspectivas de expansão de companhias atuando no setor.

    “Eu acho que nesse momento, se olhar para o mercado brasileiro, nós temos três companhias grandes, bastante sólidas, que operam de forma muito eficiente. Acho pouco provável, mas é possível que se discuta qualquer associação ou aproximação dessas empresas. Mas acho que deveríamos pensar ao contrário, sobre como fazer o Brasil ter mais empresas aéreas e mais concorrência, e não menos”, pontuou.

    “Claro que uma junção é possível, mas eu acho que a gente tem que olhar para as rotas operadas por uma só companhia, e são muitas que tem um só competidor. Em vez de ficar discutindo ponte aérea, vamos baixar as tarifas e ter mais concorrência das rotas que são operadas de forma monopólicas. Essa é a grande discussão do ponto de vista de consumidor que eu espero que a gente possa tomar a partir de 2023, pensando em expansão e não consolidação”, concluiu.

     

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