Petróleo avança em dia de apetite por risco em Wall Street e após cair mais de 3,5% na véspera
Petróleo WTI para junho fechou em alta de 0,62% (US$ 0,46), a US$ 74,76 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex)
Os contratos mais líquidos do petróleo fecharam em alta nesta quinta-feira (27), devolvendo parte das fortes perdas registradas na quarta, durante sessão guiada pelo apetite por risco em Wall Street.
O petróleo WTI para junho fechou em alta de 0,62% (US$ 0,46), a US$ 74,76 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para julho avançou 0,64% (US$ 0,50), a US$ 78,22 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Nesta quinta, o petróleo acompanhou a melhora no apetite por risco de Nova York, movimento que ocorreu na esteira de balanços corporativos de empresas americanas, em especial das big techs Meta e Microsoft.
As gigantes de tecnologia apresentaram resultados de lucro e receita melhores do que o esperado pelo mercado. Contudo, a commodity chegou a perder força e flertar brevemente com o território negativo no início da tarde, diante da valorização do dólar no exterior.
No radar, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos desacelerou no primeiro trimestre, crescendo 1,1% na taxa anualizada, segundo leitura preliminar divulgada nesta quinta. Em contrapartida, o índice de preços de gastos com consumo (PCE) acelerou a 4,2% no mesmo período.
O resultado demonstra forte arrefecimento da economia americana em meio a pressões inflacionárias persistentes, o que impulsionou apostas para nova alta de juros pelo Federal Reserve (Fed) na reunião monetária de maio.
Em relatório, o TD Securities informa que fontes internas do mercado de commodities estão emitindo alertas de cautela sobre o crescimento global, o que deve pressionar preços nos mercados de metais industriais e energia.
O Banco Mundial projeta que os preços de commodities devem cair 21% e os preços de energia devem ceder 26% neste ano. Segundo a entidade, o declínio tem oferecido suporte para redução na inflação global, mas bancos centrais devem permanecer atentos a fatores de risco, como oferta de petróleo menor do que o esperado, recuperação intensa da China e expansão de tensões geopolíticas.
Ainda, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) emitiu um comunicado nesta quinta-feira, rebatendo críticas da Agência Internacional de Energia (AIE). O cartel afirmou que não tem metas para os preços do petróleo e que busca apenas manter os “fundamentos do mercado”.