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    Pela primeira vez, modelo de carro traz lugar específico para acomodar bolsas femininas

    Tecnologia tem permitido que montadoras aproveitem melhor o espaço do carro para destinar à bolsas

    Peter Valdes-Dapenado CNN Business

    Quando uma mulher assume o posto de motorista, muitas vezes enfrenta um desafio. Onde colocar a bolsa dela?

    Embora existam lugares para acomodar copos, chaves e até celulares, raramente há um lugar adequado destinado a colocar uma bolsa ou mala.

    Mas as bolsas contêm coisas que precisam ser mantidas à mão, como carteira, chaves de casa e até mesmo a chave do próprio veículo.

    Nos últimos anos, movidas pela concorrência para promover espaço, conveniência e estilo; as montadoras têm aproveitado da tecnologia para desenvolver esse espaço “porta-bolsa” no carro.

    Inovações feitas pelas empresas

    Antes, o câmbio – fosse mecânico ou automático – precisava estar diretamente conectado à transmissão para selecionar a marcha.

    Agora, com um sistema eletrônico, o seletor envia sinais para a transmissão, assim abrindo diferentes tipos de possibilidade para aproveitar o espaço em baixo do câmbio.

    Alguns SUVs, como o Nissan Rogue e o Volkswagen Atlas, vem com espaços abertos embaixo do câmbio.

    Esse espaço aberto não seria possível se o câmbio tivesse que ser conectado à transmissão. Nos SUVs Lincoln, as marchas são selecionadas usando uma fileira de botões no painel inferior em vez de uma alavanca. Esse design também abre espaço no console central para malas.

    Os veículos elétricos (VEs) também permitem um melhor aproveitamento do espaço. Os VEs não precisam de uma transmissão volumosa com múltiplas marchas e também não necessitam de um tubo de escape.

    “Em um [veículo] eletrificado, temos benefícios que nos dão esse novo espaço dentro da cabine”, disse a designer da Volvo, Lisa Reeves.

    Sem túnel central, alguns VEs como o Hyundai Ioniq 6, têm um espaço muito grande embaixo do console central. Na Volvo, os designers buscaram aproveitá-lo.

    O modelo elétrico do EX30 possui um console central com seções que deslizam, se movem e se abrem para criar espaços que podem acomodar facilmente malas maiores ou menores.

    No Cadillac Escalade IQ elétrico, os designers aproveitaram esse espaço para criar uma grande abertura decorada, com tamanho ideal para acomodar uma bolsa.

    Ela fica embaixo de uma parte do console central que se projeta para fora como a borda de um penhasco.

    Pode parecer uma coisa pequena, mas era uma prioridade.

    “Esse foi um dos projetos pelos quais eu lutei e todos se uniram por ele”, disse Taryn Dyle, designer da General Motors (GM).

    Tentativas passadas

    Em meados da década de 1950, a Chrysler produziu um novo modelo feito especialmente para mulheres.

    Para os designers da época, as prioridades para serem colocadas no Dodge “La Femme”, como era chamado, eram assentos com estampas floridas cor de rosa e o emblema “La Femme” em ouro escovado, em vez de cromo simples.

    O modelo vinha com uma capa de chuva que cabia em um compartimento atrás do banco dianteiro, e uma bolsa de couro, ambos artigos na cor rosa, combinando com o interior do carro.

    Havia outra mochila nas costas do banco da frente para guardar a bolsa rosa.

    Apesar de desenhado para esse propósito, não era o espaço mais conveniente, já que a motorista teria que se esticar desajeitadamente ou colocar a bolso no compartimento antes de sentar no banco do motorista.

    Mas o Dodge “La Femme”, como a maioria dos carros americanos da década de 1950, tinha um banco dianteiro sem divisão no meio, feito para três pessoas se sentarem na frente.

    Desse modo, achar um espaço cômodo para a bolsa não era um problema. Se ninguém estivesse sentado no centro, o que acontecia na maior parte do tempo, a motorista geralmente deixaria a bolsa no assento.

    Fim de uma tendência, começo dos problemas

    Contudo, os bancos corridos desapareceram.

    A alternativa, assentos anatômicos, inicialmente existia apenas em carros esportivos. Agora popularizados, nós apenas os chamamos de “assentos” já que eles estão em praticamente todos os veículos.

    O espaço entre os assentos geralmente apresenta uma “geografia” estranha. Além do câmbio, o espaço tem uma elevação que corre ao longo do centro da maioria dos veículos para abrir dar lugar para a transmissão, o escapamento e outras partes do carro.

    Para tornar esse espaço mais útil, as montadoras desenvolveram o console central. Geralmente inclui algum tipo de caixa de armazenamento, geralmente com tampa, porta-copos e, às vezes, um porta-telefone.

    As necessidades foram mudando ao longo do tempo, e o formato e objetivo desses espaços também se adaptou. Em alguns carros mais modernos, por exemplo, são embutidas portas USB.

    Os porta-copos também mudaram, aumentando de tamanho para acomodar copos maiores.

    Com veículos maiores, é menos desafiador projetar espaço para uma bolsa porque há muito espaço para trabalhar. Assim permitindo que veículos como a Ram 1500 TRX, por exemplo, ofereçam um compartimento central destinado para tal.

    A designer Taryn Dyle, da GM, observou que também há questões de custo no projeto de grandes áreas de armazenamento.

    “Geralmente é mais caro, porque é preciso adicionar mais estrutura em locais específicos para ter um grande espaço aberto”, disse ela.

    Veja também: Baterias dos carros elétricos evoluem e dão mais autonomia

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