Para recriar auxílio emergencial, ‘tem que travar todo o resto’, diz Guedes
Paulo Guedes disse que despesas com educação e segurança pública teriam que ser travadas caso um novo auxílio emergencial fosse criado
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (26) que para recriar um programa de auxílio emergencial em 2021, todas as outras despesas do país, como educação e segurança pública, teriam que ser travadas.
“Não pode ficar gritando guerra toda hora. Temos que ter muito cuidado. Quer criar o auxílio emergencial de novo? Tem que ter muito cuidado”, comentou durante evento com investidores estrangeiros promovido pelo Credit Suisse.
“Pensa bastante porque se fizer isso, não pode ter aumento automático de verbas para educação, para segurança pública, porque é uma guerra. Se apertar o botão ali, vai ter que travar o resto todo”, completou.
Guedes defendeu que a economia e saúde pública devem ser observadas e lembrou que ambas andam juntas. Ele acredita que a vacinação em massa, focada especialmente nos idosos, seja a solução para o recuo da crise e o retorno da atividade econômica.
“Vamos focalizar isso justamente nos idosos. […] 80% dos óbitos no Brasil são de pessoas com mais de 60 anos. Temos 15% da população, talvez um pouco menos, de idosos. Então, se focalizarmos, nos próximos dois meses na vacinação em massa nesse seguimento específico, pronto, a coisa desce e está controlado. O Brasil segue a vida normal”, disse.
Ele ainda lembrou que, caso a vacinação não avance ou as mortes continuem acima de mil por dia, o protocolo para lidar com a crise já existe: a cláusula de calamidade pública na PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do Pacto Federativo. “É um caso agudo de emergência fiscal”, observou.