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    Para economista, fiscalização do Procon-SP pode desestimular venda de arroz

    Segundo André Braz, da FGV, supermercados não impõem os preços, e sim compram os produtos mais caros e precisam repassar esses aumentos

    Da CNN, em São Paulo

    O Procon-SP informou que, a partir da próxima segunda-feira (14), multará os estabelecimentos que estiverem sem justificativa vendendo o saco de arroz acima de determinado patamar. Para André Braz, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), esta medida pode desestimular o comércio a vender o item.

    “Acho que isso pode desestimular o supermercado a comercializar o arroz e qualquer outro produto com tal imposição, exatamente para não passar por esse desconforto”, explicou ele em entrevista à CNN nesta sexta-feira (11). 

    Na avaliação de Braz, isso se dará por conta da multa, bem como pela justificativa. “Nós tivemos uma desvalorização cambial muito grande no momento da demanda doméstica, pelo próprio isolamento social”, disse.

    Braz afirmou ainda que os supermercados não impõem tais preços, e sim compram os produtos mais caros e precisam repassar esses aumentos. 

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    André Braz
    André Braz, economista da FGV
    Foto: CNN (11.set.2020)

    De acordo com o economista, os preços têm subido porque boa parte dos produtos que compõem a cesta básica são commodities ou derivados de commodities que estão com aumento de preço no mercado internacional. 

    “Primeiro que o Brasil passou a exportar mais esses produtos porque a nossa moeda está desvalorizada. Então, chama a atenção de países que querem comprar tal produto do Brasil, desabastece o mercado brasileiro e acaba faltando produto aqui nas gondolas”, disse.

    Desta maneira, o preço ao consumidor sobe. “Isso vai acontecer enquanto o real estiver desvalorizado frente ao dólar”, lembrou.

    O aumento dos preços da cesta básica impacta mais as famílias menos favorecidas, que gastam boa parte de sua renda com a alimentação. Para ajudar essas pessoas, falou o economista, o importante é cuidar de impostos de importação, da desoneração de tais produtos, incentivar o produtor nacional concedendo crédito para que tenhamos safras mais robustas.

    “São medidas que poderiam diminuir essa carestia pela qual estamos passando por esses meses”, concluiu.

    (Edição do texto: Paulo Toledo Piza)

     

     

     

     

     

     

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