Para aliviar carga tributária, é preciso ‘desengessar’ orçamento, diz Guaranys
Segundo o secretário-executivo do Ministério da Economia, próximas etapas da reforma tributária terão "simplicidade" como foco
O secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, falou à CNN nesta quarta-feira (22) sobre a primeira parte da reforma tributária do governo federal, entregue na terça (21) ao Congresso Nacional. Segundo ele, outras etapas estão por vir nas próximas semanas, “sempre focando na simplicidade da reforma”.
De acordo com Guaranys, a premissa do projeto é não alterar a carga tributária e que, se o governo pudesse aliviar o que a população paga de imposto, o faria. Mas, para isso, é preciso “desengessar” o orçamento, afirmou.
Guaranys falou também da importância do modelo proposto pelo governo, que é do imposto sobre valor agregado (IVA) unificando apenas impostos federais. Esta é uma discussão que, segundo ele, o Congresso “tem toda liberdade” para entender se é adequada.
“Da nossa parte, esta é a primeira etapa, um IVA federal com foco na simplificação. Não podemos ter a complexidade que existe hoje para todas as empresas, para os estrangeiros virem fazer negócio no país, para alguém criar uma empresa nova.”
Assista e leia também:
Reforma tributária vai projetar sucessor de Maia
Reforma tributária do governo prevê alíquota de 12% e isenção da cesta básica
Segundo Guaranys, o Ministério da Economia do governo atual começou como “uma máquina de reformas que entendíamos necessárias para mudar o país”, criada pelo ministro da pasta, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O diagnóstico feito pela equipe econômica, de acordo com o secretário, é que o país gasta muito dinheiro e de forma inadequada, com gastos que não são aqueles que a população precisa, como a Previdência, que era um gasto muito alto; os salários do funcionalismo e os juros pagos pelas dívidas, que são muito altos.
Pandemia
O secretário disse que a pandemia do novo coronavírus os surpreendeu e, por isso, foi necessário “parar tudo para cuidar de medidas emergenciais”.
“Estamos monitorando os efeitos da crise, mas sabemos que sairemos dela. Precisamos fazer a retomada baseada no plano anterior. Tudo que entendíamos que travava o país antes, continuará travando”, ressaltou.
Agora, porém, o secretário afirmou que “o buraco está mais embaixo” por conta da crise “que foi muito profunda”. “Então, teremos que acelerar as reformas e as repriorizar”, disse.
Nesta revisão de prioridades, segundo Guaranys, a reforma tributária deve ser uma das primeiras.
(Edição: Bernardo Barbosa)