Painel CNN: economistas debatem principais pontos da nova regra fiscal
Comentaram o tema Luiz Carlos Mendonça, ex-presidente do BNDES e ex-diretor do Banco Central, Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, e Caio Megale, economista-chefe da XP
A proposta da nova regra fiscal foi o tema de debate promovido nesta sexta-feira (31) pela CNN. Comentaram o tema Luiz Carlos Mendonça, ex-presidente do BNDES e ex-diretor do Banco Central, Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, e Caio Megale, economista-chefe da XP.
Luiz Carlos Mendonça destacou como ponto positivo da regra sua capacidade de controlar os gastos e ao mesmo tempo permitir flexibilidade a períodos excepcionais.
“É uma âncora fixa, mas que tem uma mola para flutuar em condições econômicas que variam”, disse.
Ele aponta que o mecanismo apresenta “a flexibilidade necessária para dar longevidade à medida”. Disse ainda que essa característica permite que a regra acomode “tanto flutuações econômicas quanto políticas”.
A economista-chefe do Inter também destacou positivamente a capacidade da regra de controlar os gastos. Por outro lado, pontuou que o mecanismo não deixa claro qual será o caminho adotado para a perseguição do equilíbrio fiscal.
Essa desconfiança, segundo Rafaela Vitória, é o que conteve uma reação ainda mais positiva do mercado financeiro em relação à regra e quedas nas taxas de juros
“A desconfiança do mercado impacta as taxas de juros, que ainda estão muito elevadas. Os movimentos nas taxas de juros foram muito tímidos. Se o mercado acreditasse no que o governo apresentou, era para os juros estarem despencando” disse.
Caio Megale, economista-chefe da XP, também ressaltou o controle de gasto como aspecto positivo da medida. Ele se referiu ao mecanismo, inclusive, como uma “surpresa”.
“Havia uma apreensão sobre se haveria ou não uma regra de gastos. E ela veio, e é uma boa regra de gastos, uma regra que se ajusta ao tamanho das receitas. Embora ela deixe claro que as despesa sempre vão crescer acima da inflação no Brasil. Mas de qualquer forma há um limite”, disse.
Ele destacou, porém, que com uma filosofia “um pouco mais expansionista na área fiscal”, pode ser que as taxas de juros demorem mais para recuar e que a inflação seja mais pressionada.
*Publicado por Danilo Moliterno