Opep+ decide manter política de produção de petróleo mesmo com pressão dos EUA
Organização tem resistido aos pedidos dos Estados Unidos por aumentos mais rápidos na produção para ajudar a economia global
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) concordaram nesta quinta-feira (2) em manter sua política atual de aumento mensal da produção de petróleo, apesar dos temores de que uma liberação das reservas dos EUA e a nova variante do coronavírus, a Ômicron, poderiam levar a uma nova derrocada do preço do petróleo.
O Brent caía mais de US$ 1 diante da decisão, sendo negociado abaixo de US$ 70 o barril, patamar bem inferior às máximas de três anos registradas em outubro, acima de US$ 86. Por volta das 13h55, o contrato para fevereiro de 2022 subia 0,89%, a US$ 69,46.
Os preços em novembro já haviam registrado sua maior queda mensal desde o início da pandemia.
Sob o pacto existente, a Opep+ concordou em aumentar a produção em 400 mil bpd (barris por dia) por mês, para encerrar os cortes recordes acordados em 2020, quando a demanda caiu por causa da pandemia.
O acordo para cumprir esse pacto e adicionar 400 mil bpd em janeiro, confirmado por um esboço de declaração da Opep+ e fontes da organização, levou os preços para abaixo de US$ 67 antes que recuperassem algum terreno.
A Opep+ tem resistido aos pedidos dos Estados Unidos por aumentos mais rápidos na produção de petróleo para ajudar a economia global, temendo que o excesso de oferta possa prejudicar a frágil recuperação do setor de energia.
Washington pediu repetidamente à Opep que produzisse mais à medida que os preços da gasolina nos Estados Unidos disparavam e os índices de aprovação do presidente Joe Biden caíam.
Antes da reunião, fontes disseram que as incertezas do mercado levaram o grupo a considerar opções como interromper o aumento planejado para janeiro ou aumentar a produção em um volume menor.
Mesmo antes de surgirem preocupações com a variante Ômicron, a Opep+ estava pesando os efeitos do anúncio da semana passada pelos Estados Unidos e outros grandes consumidores de que iriam liberar reservas de petróleo de emergência para moderar os preços da energia.
Qualquer decisão de aumentar a produção em menos de 400 mil bpd em janeiro ou mesmo cortar fornecimento teria colocado a Opep em confronto total com Washington em meio a relações já mornas entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita, líder da organização.
No ano passado, a Opep+ fez cortes recordes na produção de 10 milhões de bpd, o equivalente a cerca de 10% da oferta global. Desde então, isso foi reduzido para cerca de 3,8 milhões de bpd.
No entanto, ela tem falhado regularmente em cumprir suas metas de produção, produzindo cerca de 700 mil bpd a menos do que o planejado em setembro e outubro, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
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